sábado, 25 de dezembro de 2010

sonhar seria tudo de bom...


Sonhar seria sempre o motivo de criar surrealmente,
tudo aquilo que de fantasia carrego,
quando associo fatos, imagens, e escritos.
São dons finitos,
mas marcam...

ja chorando, adormeci...

Já rociei o orbe,
onde habitam
meus duendes e reis.
Por lá, entre os reflexos doirados
dos cristais,
que enfeitam meus sonhos,
pude encontrar-me risonho,
com muitos dos meus,
que se fizeram parcelas
da brisa,
que por lá mansamente desliza...

Foi bom enquanto pude...
cantei, bailei.
Mesmo denso em casulo,
movimentei-me com a leveza do etéreo...
não vi melindres, misérias, mistérios.
Enquanto voltava,
a mágica ode silenciou...
senti-me denso novamente.
O sol,
quando à terra retornei,
fazia-se parceiro do fogo,
tamanha a intensidade do calor.

Corri,
e me alinhei
sob a sombra da amendoeira,
e já chorando de saudades,
adormeci.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

por ter sobrevivido...

Foi na incerteza dos viajares
que oscilam...
foi lá na aspereza turva dos
ditos azares,
que se transformam em brumas...
Desesperado e em passos trôpegos,
corri pelas vias do desafogo.
E somente sentia fogo, fogo...
qual num jogo,
tentei desvencilhar-me dos ditos
malditos,
que aferiam-me dores.
Não me desatei das cores
e pude manter minha visão plena de lucidez.
Morri tantas vezes,que já nem sei.
Corri às cegas pelas entranhas
cabalmente estranhas,
de corações que desconhecia.
Foi doentio, ter que aguardar só,
nova semente e novo fato,
que por certo viriam,
com o nascer do dia.
Os pássaros deram-me o primeiro sinal.
Senti-me...
Mesmo trazendo marcas da noite do ontem,
consegui refazer-me nos raios de sol,
das emanações primeiras...
e aí sentei-me sob a sombra
das arvores inteiras,
e chorei com imensa alegria,
por ter sobrevivido.

josemir (aolongo...)

um justo espaço, para os nossos momentos...



Os momentos dividem-se
no justo espaço,
que o sentimento lhes oferece.
O olhar apaixonado,
com tudo se apetece
desde que a figura do ser amado,
surja de um brilho encantado.
Seja através do barulho d'água
que nas pedras explode,
ou através dos acordes sonantes,
que compõem algo eterno,
feito leves e sonantes odes.

O olhar apaixonado,
tem motivos pra sonhar...
Os instantes se inserem
ao nosso cotidiano,
como fossem pétalas,
quando estamos felizes.
A poesia faz-se concreta,
quando deixa liberta
as nossas vontades.

Assim é a vida...
doce e colorida.
Razão do que se faz paz,
em nossos quintais,
onde a gente conversa
com o que tergiversa,
e com o que à alma,
satisfaz...
josemir (aolongo...)

domingo, 19 de dezembro de 2010

À madrugada, sentinela singela do poeta...

Os cristais fogem do vento,
fazem silêncio, cessam seu tilintar...
os pirilampos mudam o curso do vôo,
e murmuram: \"deixem o poeta, poetar\".
E em assim sendo,
nada quebrará a madrugada.

O vento não sibila.
O poeta, nos hiatos de seus vacilos,
trasvolteia, e novamente vacila.
Mas apaga as linhas plenas de bruma...
os versos fazem-se perplexos,
quando amalgamados às rimas,
constróem - através do poeta -,
sublimes poesias...
Ah, madrugada infinita.
Voas pelos domínios daquele que cria.
Não apressas o nascer do dia,
estar em ti, é trazer do todo que inebria,
o suave libertar da inpiração...
O poeta agora adormece.
Madrugada, sentinela singela,
já podes fazer as honras para o clarear,
que mansamente se anuncia...

josemir(aolongo...)

sábado, 18 de dezembro de 2010

completamente natural...

Não arquiteto ou prenuncio
poesias...
quando elas vem,
vem como os dias
de forma intensa,
inseridas em coloridos sinais...
leves, livres, soltas,
completamente naturais.

Não consigo fabricar
o que escrevo...
seria como perder-me
num trevo,
onde várias saídas
deixar-me-iam na agonia
feito a dúvida dividida,
de uma querencia diluída.

Não consigo...
sinceramente,
perder-me em entrementes,
a caminhar vacilante pelos hiatos...
trôpegos passos...
forçar de fatos.

Não nasci pra
inventar poesia.
Nem sei sinceramente,
se as faço.
Somente sei que a semente
não se esparge,em solo doente.
Por isso,
quando elas vem,
vem pela trilha normal.
De forma completamentenatural.

josemir (aolongo...)

vou além

Vou além...
dos desdéns,
dos ninguéns..
.vou empurrando
o que trava.
Sou larva.
Incandescente,
luminescente.
Chama ardente,
natural.

Vou além...
do vintém.
Do também.
Vou questionando
os mistérios.
Tento decifrar
fluídos, sonhos.
O Todo etéreo.
Presente.
O tudo, que sente.
O sentimento solto,
que liberta e faz
dançar, o corpo.

Vou além...
das reminiscências.
Das coincidências.
Das aparências.
Livremente,
deixo a corredeira
me levar pro mar.
É lá o meu lugar.

Sou às vezes
abelha,
que se espelha,
espargindoo gosto de mel.
Ou colibri,
que reflete nas
flores, as cores
que moram no céu.

Sou o que sou,sei lá...
Vou pra onde
voce me levar.
Mas vou além.
Pois tenho
como essência,
buscar o verso
que se esparge
no ar...

Sinto que
minha alma,
- assim como
a de todos -
nasceu pra rimar...

Vou além...
bem além.

josemir(aolongo...)

FÉ.



Buscar seja onde for...
saudar o que vier,
sentindo a harmonia,
que advém da fé...


Ah, Fé...
misteriosa e dogmática
força, que nos impulsiona.
Permite-nos seguir,
de forma cônscia ou errática,
rumo ao que acreditamos.
Àquilo que buscamos.
Nela, forma fluídica,
nos purificamos,
nos realizamos.

Um átimo de fé consentida
equivale a muitas estradas
percorridas...
Muitas nuances, que açambarcaram
nossas vidas,
proporcionando-nos o crescer.
Por saber.
Por sentir.
Por querer.
Por crer.

Por fé,
cabal e plenamente,
pela FÉ.


josemir (aolongo...)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

eu e meus sonhos...


Sonhos misturam-se... não têm limites.
Eles se assumem nossos,
pois definem
o que em nós existe,
é nossa missão propaga-los...
inseri-los, abrigá-los...

Tudo o que se plasma mescla-se,
nesse adorno criado pelas almas.
Todo o mal-querer desfaz-se.
Nada existe além da calma sintonia,
entre som, sonhos, nós, canto e imensa calmaria.

Adentro-me neles,
e eles de bom grado,
abrigam-me.
Eles são meus, eu sou deles,
um sentimento mais que arraigado,
onde quereres inserem-se.
Eu e meus sonhos,
somos algo infinito.
Mesmo que eu venha a partir
do que se faz solo, matéria,
eu saber-me-ei abarcado
pela presença divina e etérea,
que eles concedem-me.
Bom sê-los.

Maravilhoso,
que eles em mim,
sejam e sempre estejam.


josemir (aolongo...)

rainha que faz-se do mel...


Rainha que faz-se do mel.
Abelhas que voam ao redor,
a saber de cor o que fazer...
Rainha se põe e impõe seu encanto.
Rainha se encorpa e se faz,
a buscar mais e mais.

Mulheres que pelo poder do olhar
encantam e fascinam,
seus alumbrados súditos,
que em arfares contínuos e súbitos,
se põem aos seus pés.
Beleza que vem no viés
do curso do tempo.
No vento elas trazem o olhar,
que inebria e hipnotiza.
Criando mais vida, enlevando a brisa.



E o tempo lhes faz reverência,
pois sentem a essência,
que habita seus corpos.
E coloridas e soltas,
por certo virão viajando,
no colo das cores,
a espargir mil amores,
que habitam a primavera.



josemir (aolongo...)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A eterna luta dos negros.

As formas de resistência negra, contra a escravidão e os maus tratos, revelam-se acentuadas em todo o percurso da história de nosso País. O Jornal gaúcho Echo do Sul, num 19/02/1862, divulga que uma escrava negra suicida-se, lançando-se num poço da casa onde era escravizada, pertencente a José Vicente Thibaut, figura conhecida na sociedade branca gaúcha, por ser dono e diretor do Colégio São José, o mais renomado à época. Em verdade, essa escrava, vinha apresentando uma séries de problemas de saúde, os quais foram ocultos, quando da sua "compra". Sabendo-se doente, e obrigada a trabalhar da mesma forma e intensidade, que outros escravos, a maltratada negra, optou por suicidar-se, como forma de resistencia à opressão dos senhores brancos. Thibaut "comprou" a escrava, num leilão, com o aval do vendedor, alegando que ela jamais sido vitima de qualquer doença grave. Na declaração, sobre a saude da escrava, constava somente um panarício (inflamação em torno da unha). A negra havia sido escrava do Dr. Meneses, que obrigou-a a declarar-se sadia, utilizando-se de castigos e sovas.
Ao suicidar-se, a escrava deixou uma herança complicada para seus "amos": para Thibaud, dono do colégio um imenso prejuízo moral. E para o Dr. Menezes, o fluir de seu caráter absolutamente desonesto.
Os negros escravos exerciam uma resistencia ferrenha aos seus senhorios. Uma lenda asseverar, como a história branca, que os escravos eram passivos. Eram incontáveis os métodos de resistência utilizados, tais como: Rebeliões mudas, intrigas, abortos, banzo, preguiça, mau-olhado, suicídios, assassinatos de capitães de mato, sabotagem ao trabalho, entre outras. Os escravos, com esses métodos, desafiavam e denunciavam seus amos, como no caso da negra, que se suicidou, deixando de ser tratada como um "animal", além de denunciar que os escravos eram obrigados a mentir, quando acometidos de enfemidades agudas. Ao morrer, segundo sua cruzada guerreira, "libertou-se", deixando de ser um mero objeto.
Utilizando-se dessa resistência, os negros escravos provocavam um aumento exacerbado dos gastos com segurança, e os impostos obtidos pelos resultados produtivos, já não agradavam o Estado, com isso, a classe escravagista, acabou dividindo-se:
Uma parcela, disposta a se libertar de forma urgente, do sistema de escravidão. E a outra, mais retrógrada, manteve-se amalgamada a ela.
No Vale do Paraíba, mesmo sabendo que a forma de plantação de café, em fileiras, nas encostas dos morros era inviável, pois a água da chuva, tornava o solo, absolutamente inviável, os donos das terras, mantinham esse método. Colhia-se somente uma vez. Mas eles insistiam em plantar, pois que achavam que obrigando os negros a realizar uma mão de obra mais desumana e árdua, evitariam que eles pudessem criar meios de resistir. Os plantadores imaginavam que em assim agindo, os escravos não poderiam se unir para tramar, nem fazer corpo mole, infiltrados pelos cafeeiros a planejar fugas e sabotar o trabalho. "Que se dane o solo, o que vale é salvar a produtividade". Essa era filosofia utilizada pelos escravagistas.
Essa forma de plantio, acabou por "matar" o solo da região. As cidades antes produtivas, em sua maioria, morreram.
Os negros a partir do momento, que passaram a perceber o êxito de suas estratégias, partiram para iniciativas mais ousadas. Passaram a fugir em grupos, para as regiões urbanas, onde mesclavam-se a outros. Ficava evidente o aumento dos gastos para os senhorios e impedir o exodo dos escravos, tornava-se inviável, absolutamente impossível.
Além das fugas, e tendo conhecimento dos prejuízos dos patrões, os negros passaram a ir e vir. Passaram a fazer reinvidicações, entre as quais o findar dos castigos, a exigência de mais comida, e principalmente a não "negociação" (sua venda), sem que os acompanhassem, mulher e filhos.
Enquanto isso, os quilombos tinham a sua capacidade de sobrevivência multiplicada, pois que começavam a produzir, a ter governo próprio e a comercializar de forma livre, além de garantirem estratégias próprias, que os possibilitava sempre que necessário, enfrentar e fazer guerras, mediante situações, que objetivassem o retorno do sofrimento.
Os quilombos cada vez mais cresciam. E suas populações, a maioria passando dos cinco mil moradores - como o do Jabaquara, por exemplo, com 10 mil moradores -, faziam com o que os capitães de mato, fugissem apavorados.
A escravidão acabou. Em 1887, o exército, "vazou" fora. Honra e glória, para os que em nome da liberdade, morreram para dar vida aos seus irmãos. Para aqueles que sabotaram as tarefas, i sub-humanas. Para aqueles que conversaram, tramaram, enquanto os açoites sibilivam em suas costas.
Hoje, o negro brasileiro ainda continua exercendo várias metodologias de resistência. Direitos iguais. Acesso às Faculdades. Acesso a empregos executivos. Força de aglutinação, sob a coordenação de várias frentes, que efetivamente reforçam os direitos dos Negros. Temos o direito ao voto e politizando-nos, obviamente chegamos a conclusão de nossa grandeza quantitativa, e cada vez mais, qualitativa. Enfim, nossa lida parece ser eterna. Mas somos tinhosos.
josemir (ao longo...)

domingo, 12 de dezembro de 2010

guerreiras surgem sempre....



Guerreiras surgem sempre.
Na abrangência calada,
do que se faz perceber
pela luminosidade de uma chama,
que incandescente se inflama,
e recria, toda a sensatez de viver...Não carecem ou padecem,
de males ínfimos.
Ao contrário, crescem.

Inspiram-nos pela natureza mística.
Pela encantada e diferenciada característica,
de saberem lutar, fazer nascer, crescer,
definir e clarear a verdade do Ser.

Guerreiras surgem sempre.
Fazem-se presentes,
quando convocadas.
São anjos permanentes
a acompanhar nossas jornadas.

Guerreiras surgem sempre...

domingo, 7 de novembro de 2010

Gira...


Tambores... magia.
Segredo que habita o dia.
Reflexo cintilanteno rítmo fascinante,
daquilo que inebria e contagia.
Gira...

Retiro do meu eu
os modelos de desenhos,
que traço.
Sou a vitória concepta,
renasço,
e no que bem-fadado
se esparge, qual caimbé,
faço-me energia advinda de obá,
me fixo ao solo na sola do pé,
e rechaço magoas e iras...
Gira...

Tambores contam histórias.
Não importa se de derrotas ou vitórias,
e fluídico faz-se o ar,
que faz abluir o meu querer
e concede-me mergulhar
no doce afã de amar,
sem qualquer mentira.
Gira...


josemir (aolongo...)

sábado, 30 de outubro de 2010

quase morri...

Eu crio versos...
jamais brigas.
Viajo entre as cantigas.
Sou nota.
Sou melodia.
Sou instrumento.
Sou voz.

Sou no hoje,
um negro solto.
Fui no ontem,
algo revolto.

No ir e vir
de meus querere,
apenas dei vazão
a prazeres.

Coisas da mente?
Não...
Foram as pessoas,
com as quais,
convivi.
Ao invés de ganhar
vida,
me dilui.
Deixei de ser.
Quase morri...
josemir (aolongo...)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma pena que voe só...


Controlando o tempo...
diminuindo as horas.
Continuar seguindo, é de lei.
Se eu me sei?

No deslizar do trem
sobre os trilhos,
meus sonhos...meus brilhos...
Por ser amor,
não se desabilita
a possibilidade da dor...
Amar sozinho,
está longe de ser caminho
.
Por isso contenho o tempo.
Ignoro o passar dos dias.
Sou mais pelas remembranças macias.
Aquelas, que mesmo em número menor
fazem-me voar...
Uma pena, que voe só.
Josemir (aolongo...)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

realmente não sabes...

Já não me faço tão exposto...
oculto meu rosto,
que é pra poder ver o teu.

Nem sabes o quanto me marcaste.
Nem imaginas, a revoada de sinas,
que de mim se acercou...
minha vontade foi contigo.
Minha alma a ti se entregou...

Pena, muita pena,
que não sintas meus rastros
embora, tenho certeza,
marcados ficaram, forma plena,
na maciez de tua pele.

Já não me sinto graça.
Mas no todo, vivo.
Nem busco os rasgares da pirraça.
Não me adiantaria agora,
deixar-me ir embora
.
Tu não sabes,
o que pra mim foste...
realmente não sabes.

domingo, 13 de junho de 2010

realmente mudando...

Na retidão de meu silêncio,
segredos...
no olhar fixo inserido em vago espaço,
meus medos...
O vazio torna-se meu parceiro,
por inteiro.
Sinto-me figura etérea,
como as moléculas da matéria,
que se dissociam,
e partem...

Nenhuma razão de desdourar
os meu feitos.
Muito menos, um motivo de relevar
meus defeitos.

Apenas atravesso no agora,
uma razão que do Universo aflora
e domina-me...

Tempos outros.
Pensamentos soltos,
E o sagrado direito de me manter ativo,
imerso não em rasgos ou átimos de coisas mesmas.Mas sim,
penetrando num Universo, sem buscar celeumas.
Apenas tendo ciência plena
de que o Todo,
está realmente mudando...

josemir (ao longo...)

querubins...



Ao encontro da luz...
Querubins?
Estou entre aqueles
que disseram sim?
A essência me induz,
a confirmar, que minha alma
ainda dista desta conquista,
milhões de anos-luz!
A sutileza
dos movimentos...
todo o encantamento, enfim.
São realmente Querubins!
Distantes de mim,
mas meus afins...
sustentam-me.
Ainda não lhes sei a linguagem...
mas sonho com essa alada viagem.
Divina e sem fim...

josemir (aolongo...)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

quando estive em ti...


Hoje, olhar fixo,
passos tropegos
ainda continuo a espera
de sentir o que passou...
de chorar pelo que me fazia sorrir.
Ou sorrir,
pelo simples fato de não conseguir
chorar.
Carrego pelos entrementes e hiatos
de minha icoerência,
uma vontade imensa de resgatar da consciencia,
gestos que tive, forma livre.
Hoje eu queria que eles estivessem presos,
forma atada.
Não soube mergulhar no mar
dos teus sonhos,
e fiz-me visonho, quando deveria risonho,
encarar meu sonho,
e desvencilhar-me do talvez.
Ou quem sabe deveria fazer-me risonho,
quando, de quando em vez,
o mar dos meus sonhos,
mergulhasse em mim?
Na inconsistencia das duvidas,
aos sobressaltos,
sinto-me tomado de assalto
por não poder ter tido mais tempo,
de inserir-me ao tempo,
que dedicava a ti.
De não ter acreditado que o vento
ao passar, desvenda do tempo,
todos os segredos, que fazem morada em mim.

Hoje queria ter dito mais palavras...
sabe, abruptamente, um sentimento
de perda,
apossa-se do espaço livre,
que antes tive,
para ser ocupado por meus quereres.
Mas não se concebe,
que um espaço livre seja tomado,
por sentimentos abruptos de perdas.
Por isso abstenho-me de me questionar.
Por isso nem quero ligar-me
ao que deixei de escrever,
quando estive em ti...

josemir (ao longo...)

terça-feira, 1 de junho de 2010

só por isso canto...


Eu somente
canto...
enquanto canto,
sonho.
E encantado,
penso.
Em meu senso
alumbrado,
eu sou um ser
ablaqueado.

Por isso
canto...
quando canto
eu me encanto.
E fascinado,
oro...
fascinado,
choro...

Por isso,
canto...

josemir (ao longo...)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

algo de bom...


Seria talvez uma promessa...
um sonho,
que com pressa
fêz-se risonho,
e partiu...

Pode ter sido
um abrupto regalo...
um átimo,
um estalo.

Talvez uma imperceptível
sensação
do que se faz
tangível,
quando o querer
se plasma.
Somente sei,
que pelo brilhar das faces,
algo de bom, se fêz...

josemir (ao longo...)

só não me considero festa...


Sombras...
serão o peso das adversidades?
Minha face enrugada,
pinta um quadro esquálido
do que me amedronta, me aguarda...
Meu olhar mantém-se fixo.
Não consigo ver-me sombra.
Não me admito escombro.
Não me admito lixo.
Sou ainda,
uma paralela...
meneio lado a lado
às minhas ainda lúcidas idéias,
e confesso-me
muito mais vértice,
que aresta.
Só não me considero festa...

josemir (ao longo...)

sábado, 22 de maio de 2010

faces diferentes, verdades iguais...


Faces, frases, fases...
histórias.
O elucidar de diferenças tão iguais.
Mesmas propostas, mesmas necessidades expostas,
enfim, mesmo mundo, mesmas metas,
qual seja, a de não fenecer jamais.

Traçar outro roteiro, faz-se algo traiçoeiro,
que nada adicionará, ao que se expressa em solo.
Ao que se fez formar por inteiro.

Faces, frases, fases,
e o tempo.
Iguais detalhes, mesmos bens, mesmos males...
mesmo sibilar de ventos, mentes sãs.
O reforçar do viver no hoje.
O esperar frenético pelos amanhãs.

josemir (ao longo...)

ansioso por saber o que é realmente estar liberto...


Entre minhas pretensas loucuras,
existe o pretender estabelecer a soltura
de meus próprios pensamentos.
Em realmente sentir-me por definição,
liberto e solto, sem arestas, esboços, grades.

Abrem-se janelas e eu me encanto por elas,
mas permanecem ajustadas as barras de ferro
que me impedem o sair, usufruir e sentir
o direito de poder transpô-las,
envolto em postura realmente distante delas.

Estar ou não liberto, não é uma questão qualquer.
Digo qualquer, no sentido de ser facilmente exposto.
No todo, um sorriso interesseiro, torna um sequer,
numa certeza posta, pra todos os gostos.
Creio piamente, que os jardins de minha mente,
estão ávidos ainda à procura de uma libertadora semente.

Algo que explique, que estabeleça, que realmente defina,
onde vai dar minha sina, nesse mundo de homens vendidos.
Até onde sou usado como uma mera inserção num fato.
Uma confirmação de que sou um ser liberto, no sentido lato.

josemir (ao longo...)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

mistérios existem...


Mistérios são fluídos,
volitante, são etéreos...
existem.

Romper caminhos árduos e distantes
não faz parte dos arfantes intantes,
dos que em mente adormecem...

O enfrentar os nossos cursos por vêzes
intruncados, recortados, faz-se árduo desafio...
o medrar traz o não crível,
faz-nos acuados, arredios, faz-nos mergulhados no frio.
Partidas são reações ainda difíceis de decodificar.
Erros indiretos, o calor dos pés descalços no concreto,
traz-nos de modo indireto,
uma descoberta, um reverter do complexo...

Mistérios existem, e quem não os explora?
O exacerbar-se e inserir-se neles, por vezes,
extraem-nos a noção do agora...

josemir (ao longo...)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

preciso compor...


Preciso compor...
sinto a falta do canto,
da sincronia
entre harmonia e encanto.
Preciso compor,
mostrar-me ao Universo
não como algo implantado
num tosco reverso,
mas sim com o pensar abluído
daqueles que levitam,
quando fazem das canções
sua fenícula,
seu quintessenciado sentido.

Compor sim, modo simples,
que é pra curar as feridas,
que nessa e outras existencias
serão o somatório de minha eterna vida.
Será a mostra viva de minha essencia.

Preciso sentar-me ao lado do silêncio,
conversar profundamente com o vento,
dedilhar as cordas de um violão,
que já desafia o tempo,
e deixar-me levar, fazer-me pluma,
que liberta, passeia e desliza,
a espera da brisa,
que por certo, modo aberto,
virá inspirar música e letra...

josemir (ao longo...)

apenas um divagar demente...


Declarações gritantes,
de sentimentos exacerbados
nada mais são,
que inconsistentes mensagens
nascedouras no inconsciente,
rotundo, profundo,
dos que não se assumem,
por falta de ousadia, e coragem...

São espocares, que traduzem
o claustro da covardia,
nada poético, presente
em vidas conturbadas,
abstrusas, mal resolvidas...
sem destino ou sina, falas perdidas,
num navegar inconsitente...
apenas um divagar demente,
absolutamente inconsistente...


josemir (ao longo...)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

por qualquer um...


O amor transcente,
porém não transgride.
O amor não habita,
quem agride.
Meu coração, faz-se decepção,
quando usam tão belo sentimento,
para criar fomentos
de atormentados elementos,
indicativos de dor...
O amor não ataca.
Não ofende, não mata.
O amor liberta,
preenche qualquer lacuna deserta.
O amor invade nossos sentidos,
um a um...
o amor realmente, infelizmente,
não é pra ser vivido
por qualquer um...

josemir (ao longo...)

domingo, 16 de maio de 2010

retornamo-nos criaturas...


Nenhuma forma de canto,
vale tanto,
como aquela que brota
do acalanto, do encanto,
que mais que alumbrar,
liberta...

Ninguém consegue
rociar a porta leve,
que traz o alívio breve
do que se faz da verve.
Cada palavra, cada sussurro,
faz-se grito perene, solene,
nada sazonal...
Nos desígnios dos sonhos,
habitam eu, tu e todos.

Amparados pela magnificente
Onipresença do Pai,
a gente sente,
que se faz evidente
o desenho do basta...
o ferrenho ideal,
de que tudo o que nos castra
chega ao final,
em nossas almas se alastra.
Sensação Divinal.
Já nos fazemos além do mal...
retornamo-nos criaturas.

josemir (ao longo...)

terça-feira, 11 de maio de 2010

todo o cuidado é pouco...

Não se faz mérito
de qualquer um,
navegar pelas águas
da sinceridade...

Sinceridade exige conduta.
E sem a verdade,
ela inexiste em nossa personalidade.

Não se apregoa
e nem se estabelece
normas,
para o que não se vive,
e por não viver,
não se conhece.

Ao darmos corda
para nossos pensamentos soltos,
é necessário,
que estejamos imersos
em momentos claros,
de sabermo-nos capazes
de principalmente viver,
de forma integral,
o que estamos afirmando
saber.

josemir (ao longo...)

sábado, 8 de maio de 2010

quando penso em ti, descrevo-me...

Nos colóquios, ou escárnios improfícuos.
Nos momentos,
nos quais o precipício,
faz-se mais que resquício
e as partes envolvidas,
recusam o armistício,
o anúncio pragmático,
do que sequer rocia o prático,
faz-me ao me descrever
pensar em ti,
fazendo-te em mim crescer...
Seriam talvez,
respingos d'ouro?
Seriam ademais,
prenúncios, agouros?
Não...
pois quando me eternizo,
- momentos altivolitantes -
onde inserido no que escrevo
fielmente descrevo,
-feito o fiel e digno querer -
o que em mim faz-se total:
tua linda silhueta, eterno renascer...
E mesmo que à esmo,
as vezes caminhemos
movidos por rompantes egoistas
quaisquer,
eu sem qualquer relutância
ou falta de fé,
faço-me em ti,
cada vez mais...
sem porquês,
absolutamente sem ais...
Como se as esquinas
das ruas repletas,
no teor de suas sinas,
fizessem-se incompletas,
totalmente vazias,
e tu, exposta em vitrines.
linda, tal qual voar de cisne,
feito diamante de trazer regalo,
calasse no que penso,
o que murmurando falo.
E eu posto no sonho,
no remanso do cime...
feito brilho de vime,
parasse o tempo no tempo,
com o intento de saber,
que quando em ti penso,
de modo claro e intenso,
feito clarejar sagrado e sem-fim,
descrevo-me inteiramente...
sem devaneios, sem entrementes.
Eu nu, descalço,
sobrepujando os percalços,
feito o que se faz, e pós-feito,
eterniza-se no sim.
Seria assim,
como se o planeta parasse,
pra te assistir,
passeando em mim...

josemir (ao longo...)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

como tantos...


Danço...
enquanto giro,
suspiros me abarcam.
Não me alcanço.
Mas com firmeza me insiro
nesse trepidar suave...
e feito ave,
sinto que do solo se espargem
um, dois, vários corpos.

A sutileza de estar e ser
habilita-me crer
que não estou sonhando.
E, por isso,
continuo dançando.
Eu quero um dia,
desgarrar-me do solo,
como tantos...

josemir (ao longo...)

me assumi brinquedo...


Preciso fugir
sem fazer alarde...
menina ainda,
ou mulher acuada.
Atrás, a onda revolta,
provoca rebentação...

Apresso meus passos,
sou criança,
ou talvez quem saiba
eu seja uma esperança,
que alguém esqueceu?

A noite não tarda...
vem aí tempestade, arraste de aluvião.

Sinto medo.
Tenho muitos segredos,
e vivi muito tempo
relegada ao degredo.
Não sei se me libertei deveras
ou se me assumi um eterno brinquedo...

josemir (ao longo...)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

nesse horizonte infindo...

Não pretendo descobrir novos mundos...
sequer ensaiar limpar o que já se faz imundo.
Quero no contexto, ao qual me insiro,
saber-me, modo explícito, bem profundo,
preciso disso... precisamos disso.

Não quero mais exaltar ou precipitar-me em meus escritos.
Não tenho a pretensão de que eles venham a se vestir inifinitos.
Simplesmente quero refletir-me na luz, não na sagrada,
ou a consagrada para as criaturas, que naturalmente cintilam...
quero simplesmente não pular etapas, mas caminhar pelas ruas,
de forma tranqüila, como caminham os sonhos pelas mentes livres.

Não pretendo abrir-me para "qualquer" alma, que nos versos,
se arvore evoluída, se faça aflorar como bendita...
quero muito, que Deus me ajude a não me perder no inconcepto,
e encontrar de forma lúcida, casas e festas, onde manifestas,
façam-se presentes, todas as respostas, não de forma implicita,
mas que me proporcionassem viver, sofrer, sorrir, crescer enfim, para sabê-las...

Por enquanto, vou aprender a valorar o que incorpora-me aos sentidos.
Saber da verdadeira intenção de dizeres e abertos sorrisos,
e na ressonância encantada dos sons de prateados guizos,
saber-me de forma bem arauta, como as estrelas, que cintilam pra todos os astros,
independente de tudo o que os cerca...
nesse horizonte infindo, limpo, ileso, leve, lindo...

josemir (ao longo...)

solidão, não é virtude pra qualquer um...


Bocas,
onde viajam
palavras fúteis,
falam sobre a solidão,
como se com ela
mantivessem estreita relação.

Solidão é virtude.
É quando o corpo,
se acode, não se ilude,
e procura curar
vicissitudes,
pra tornar-se menos
denso,
como moradia
da alma...

Solidão é branda.
Meiga, silenciosa.
Tê-la,
requer ter muito mérito.
E, como falam
em solidão,
medíocres poetas...
não por não saberem
versejar,
mas principalmente,
por não terem conduta...
por não engrandecerem
o sentimento de amor.
E amor,
é um dos parceiros diletos,
da verdadeira solidão,
pois nela o amor jamais fenece,
ele somente cresce...

josemir (ao longo...)

não se faz assim tão fácil...



O que se desata
não se faz perceptível,
somente olhos
de mirar profundo,
podem visualizar...
somente mentes,
livres,
pensamentos definidos,
conseguem mensurar.
Não no sentido
do que se faz
exeqüivel,
mas uma questão
de diferenças,
em mentalidade
e peso da alma...

A gente quando
em vez,
se engana...
principalmente o poeta,
que se arvora
em ser profeta,
e na maioria das vezes,
se perde...
erra...

Não há de ser nada.
Questões
mal resolvidas,
são passíveis de sobrevida...
Não falo
das questiúnculas,
falo do que se faz
inserido no imenso.
Por isso penso...

josemir (ao longo...)

hiatos de demência...



Quando em vez, plasmo-me e pasmo-me,
diante o que traduz em verdades, nossos átimos de segundos.
O que ontem ardia-me importante, hoje não passa de um momento desafortunado.
Um delírio... um pulo de coração preso, no breu do pesadelo ermo, que feito praga, consome...
nem sempre o que se especula, o que pulula, o que febril faz-se anunciado,
traz no intimo, sequer um resquício infimo de coisa qualquer... é pó, que vem e some.
Meu coração jamais se cansa, mas já não afiança, quaisquer lampejos moribundos.
Escrevo, luto, coloco-me em luto, quando engano-me...
Já não cabe em minha estrada vivida, dar espaços a esperanças desvalidas,
e ficar em êxtase, esperando respostas de perguntas, que descabidas,
foram explicitadas em um momento, onde a necessidade, fêz-se irracional.
Não me constrange a raiva, pois ela é passageira.
O que deixamos escapar pelos entrementes de nossas mentes,
quando nossas idéias, nossos projetos, são sementes rasteiras,
não devem ser decodificados, observados ou notados.

No ontem em mim, algo fêz-se aflorar, forma louca, impueril, acéfala,
em minhas sensações carentes e desconexas.
No hoje, aquilo que se preciptou forma incoerente,
já não faz parte de minha mente, que abstraída de rompantes, sente,
raciocina, compara, se faz clara, se veste consistente,
uma dádiva de querer e saber pensar realmente.

São ciladas e armadilhas, espalhadas pelas trilhas,
de nossas ilhas, acambarcadas pelo imenso oceano,
do quê realmente faz-se antever equilibrado, sem nódoa e engano.

Hoje desprendido da iniquidade improfícua, que por mim passeou no ontem,
refaço meu equilíbrio, observando o que se faz virar pó, e sumir.
Sinceramente, já nem me preocupo com o que eu mencionei ou disse...
devem ter sidos mediocres e insensatas tolices.
Sensações que se apoderam da gente, quando o racional nos abandona,
deixando-nos a mercê de sensações de frio ou quente, feito boneco em redoma.
É aí que descobrimo-nos capazes de inserir-nos na incompetência de nossa incapacidade,
totalmente geradas, geridas, tomadas, pelas mãos do nada,
que meneia pela estrada do que cabalmente mente, e se esvai com incrível facilidade...

josemir (ao longo...)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

seria muito?



Um olhar aprisionado,
talvez nem queira tanto...
Ele meio que perdido, esmaecido, pálido,
busca a visagem, que veste o encanto,
apenas isso...
um sinal, um indício...

Uma breve imagem,
que o faça em alma,
lançar-se numa viagem...
Algo que não se fizesse tempestade.
Uma guarida, uma estiagem.

Seria muito?

josemir (ao longo...)

sente?



O que ressona de forma livre,
no toque, no buscar de uma essência,
que inda hoje vive
sem ser compreendida,
é algo que transcende qualquer mero conceito
sobre a vida.

Uma batida, um rítmo,
uma inebriante visagem,
que cria asas...
voa além das coisas e causas.
Abriga, embriaga, enaltece e tece,
uma real história,
que quiseram transformar em "lenda"...
Uma energia, que reforça a cinestesia,
e permite-nos seres viventes
experimentar dessa gente,
o verdadeiro valorar do que se fez sublime e crescente...

Quem não crê
mesmo que force, jamais esquecerá.
O rito se agrega, impregna...
Quem crê e tem olhos de ver,
por certo rodará.
Um bailar atípico,
próprio dos que estão acostumados a guerrear.

Um grito que já escancara,
e coisa rara já não carrega nada de místico.
Simplesmente aflora.
Já saiu do que que se propalava metafísico.
Já se faz tangenciável.
Inolvidável...

Pousa o batuque...
O próprio tempo relaxa,
a alma não resiste...

Sente?

josemir (aolongo...)

sem explicações...

Um boom!!!
Algo extremamente
estranho...
esdrúxulo....
tacanho...

um ressonar forte
de algo que de nós se acerca,
abruptamente.

Ainda não sei
o que de mim se apoderou.
Plasmou-se, materializou-se,
uma sensação,
não coerente.
Algo me levou
de encontro as pedras...
somente senti-me
desgarrado.
Desprotegido.
Feito um artefato inserido,
jamais gerado.
Mas veio...
de que vertente?
Não sei...
só sei que veio.

josemir (aolongo...)

duras...

Muitos corações duros...
triste futuro.
Muitas marcas, que ficam.
são nódoas.
Palavras secas e áridas,
quais letras falhas
invadem faces pálidas,
cumpre-se a vingança...
daí,
adeus remembranças.
Não existe mente,
que carregue contente,
rusgas e cizalhas...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

caso eu mereça...

De nada me adianta verbalizar o que sinto em meu peito…
O susto, o suspiro, o arrepio, todas essas sensações são por demais semelhantes.
A saudade, a dor, a ânsia, todo esse mesclar de parecenças,
somente contribui para que o meu ego, cada vez mais e mais se entranhe e se oculte.
De nada me adianta no auge da falta, falar sobre o que eu sinto.
Não posso mensurar ou valorar o que em mim efervesce e machuca.
Portanto, de nada adiantará emaranhar-me em teias de lembranças,
pois elas somente existem no meu consciente e são etéreas, inatingíveis.
O silêncio e somente ele, trará pra mim a remissão, caso eu mereça.
O vento me diz que dificil será que isso aconteça...

por isso arrisco...

Não busco,
num pensar brusco,
fazer-me dono de quaisquer verdades,
não me interessa essa honraria.
Sabe,
já nem sequer me iludo
e já não creio que meu pensar seja tão imenso,
quanto o voar do Ser Livre…
fizeram-me desacreditar nisso…
só sei que procuro por mim nos minimos detalhes,
não me interessa viver sem de fato saber-me.
Por isso a cada instante, arrisco.

josemir (ao longo…)

busco..

Ainda busco no calar das noites
e no movimento dos dias, verdades…
a sutileza das frases soltas,
quelas que passeiam pelo ar que respiro
como fossem sinais etéreos,
ue crescem a medida em que me fortaleço…
são trasgos de querencia pura…
nocentes juras…
o que realmente faz a diferença e se eterniza…

josemir (ao longo…)

nós...


Enquanto miro-te, viajo.
Sabe aquele bailar de folhas outonais?
Pois é… assim me sinto.
Valoro o amor e puramente ajo,
embora os seres inseridos em ais
ababelados, invejosos, insistam em optar pelo absinto.

Enquanto a música se faz pura em nós,
desfaço os meus nós
e me entrego a ti, absolutamente liberto,
forma valorada, senso desperto.

Dou ao mundo a oportunidade
de visualizar tua silhueta,
através da janela entreaberta de nossos sonhos,
permitindo até que ele em ti se inspire
para que em trasgos e átimos risonhos,
possa também bailar ao som dessa canção.
onde versos e rimas,
afloram-se, num misto de desejo e emoção.

Busco-me, buscando-te.
Embora a distância às vezes me devore,
nada existe que desarvore
o que se fez eterno, indestrutível,
e que reside em nós de forma leve,
absolutamente sólida e crível.

Daqui a pouco, encontrar-se-ão sedentos,
os nossos corpos…
daí, fecharemos as janelas,
por certo iremos conceber canções mais belas,
amando-nos modo infinito.

Do jeito em que há milênios já se postava,
cabalmente escrito.
Eu, tu, as canções, as carícias, enfim,
tudo o que em magia plena e pura,
habita e faz-se hoje em nós, circunscrito…

josemir (ao longo…)

despertar...

Ruim navegar num mar,
onde a bruma faz-se empecilho.
Muito ruim saber que o tempo não pára,
enquanto vida houver.
Bom seria poder cerrar os olhos e somente após mil anos,
despertar…

tolo...

Versos… quem os lê?
Poesias… quem nelas se aprofunda?
Sonho viver alado, num espaço onde alumbrado,
eu possa sentir que versos e rimas,
tomem de roldão as atenções.
Tolo esse meu sonho.

josemir (ao longo...)

domingo, 25 de abril de 2010

se me observares..

Se me observares verás
que temo, porém não tremo...
quiçá,
queira dizer que o a esmo,
talvez tenha sido uma forma,
de poder eternizar
meus bem-quereres, maus-quereres...

Mas se te aprofundares
quando os meus olhos, observares,
verás que meus olhares
são ansiosos por perceber
a diferença entre simplesmente notar
e realmente ver.

Pode ser também,
que me observes e não vejas ninguém...
é que eu tenho uma extrínseca mania
de mesclar-me ao incolor...
de viajar pelos extremos, sem desejar ser alguém...

josemir (ao longo...)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

melhor preservarmos as nossa melhores palavras...



Confiar...
inconcebível, não crível.
Assim agir,
é perder-se a nortear por caminhos sem lastros.
E entregar-se sem pensar a seres improbos.

Pessoas são racionais.
Mas não deixam de ser pessoas!

Os impropérios de suas vontades,
somente têm valia pra elas.
A descompostura de colocar suas verdades
mesmo sabendo,
que estão destruindo,
obstruindo, um outro alguém
que sobrevive em fase de sentimento terminal,
é o que menos lhes pesa...
o que menos lhes faz mal...

Melhor guardar o que temos de puro.
Melhor preservarmos as nossas melhores palavras.
Melhor que sorrateiramente observemos
quem de fato absorve, de forma ablegada,
o que se faz de sonhos espúrios e rasos,
a navegar pelos imensos mares da mentira...

josemir (ao longo...)

vida pra alguns é isso...



A vida?
Ora,
viver é mesmo assim...
somos achincalhados, usados.
Extremos...
incríveis e radicais extremos.
O que temos?
Uma leve idéia,
do que pretensamente,
supomos
significar caráter...

Um jogo...
um testar-se.
Um lançar
forma covarde,
quem não merece,
ao fogo,
pra resguardada em outros braços,
vê-lo queimar.

Pobre de quem,
acredita na sinceridade
oriunda de outros dizeres.
No hoje,
os quereres e suas vontades,
são nada mais, que hediondos prazeres,
de mostrar poder.
É o escolher alguém, que supomos forte,
julgando-se feliz
ao vê-lo sofrer...

A vida?
Ora...
viver é mesmo assim.
Um engodo sem fim.
Uma imensa vontade de se auto-afirmar,
com o respaldo de ver
até onde, somos capazes
de fazer alguém de dor,
esmaecer...
é um mero tripudiar,um jogo...
joga-se uma criatura ao fogo,
e com outra,
paixão revolta, solta,
sai-se sorrindo,
pra um suculento jantar...

josemir (ao longo...)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

como errei...

Despertei expurgado,
e num suspirar desmedido
viajei em imenso fulgor,
presumindo ter encontrado,
o genuíno amor.

Ergui-me, corpo levitante,
senso inviolável,
e do âmago louvável
dos meus intimos instantes,
o suspirar busquei.

Fui profundo,
tão profundo,
que me machuquei...
como errei.

josemir (ao longo...)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

a teia dos homens...

Em mim, esperanças... ainda.
No Todo, esperanças... ainda.
Essas questiúnculas várias, advém do marasmo esquálido,
que se esparge pela teia...
não, não a das aranhas,
mas a dos homens improbos.

não culpo ninguém.



Não...
não culpo ninguém,
se vivo nos extremos
e bem aquém,
de sons, sorrisos...
não me cabe
culpar ninguém...

Entre as estrelas,
e a areia.
Entre marés,
e sereias.
De nada me abstenho...
apenas sinto
pulsante,
o que me mantém vivo,
num ritmo passivo...

Nada culpo...
com exceção, da percepção,
de entrever-me,
inserido numa imensa saudade,
que ainda
timidamente eclode,
no que costumam
definir coração...

josemir (ao longo...)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sonhado início...


Os fluídos plasmam-se...
não viajam somente pelos desejos da carne
as sementes, que far-se-ão proliferar.
Murmurares, sussurros, que engasgam-se.
Febre terçã, que apodera-se dos poros e arde.
Reações da alma, quando realmente se dá.

Não, não são simplesmente corpos nus.
São mais que dizeres ou vão quereres,
são sentimento expostos e crus...
no sentido do Todo.
A razão que se expõe tomada pela emoção
e cala a voz, inspira a singela canção.
Rasgos e trasgos de coloridas nuances,
que se alojam no cerne do coração.

Não existe aí, nesse momento,
o efemero deslumbramento
pelas linhas curvílineas perfeitas de um corpo.
Tampouco faz-se contundente,
somente a beleza do rosto.

Existe o MUITO MAIS,
aquela força, que viaja alhures,
em meio aos momentos de PAZ,
pois que amor, que se faz
através d'alma,
dificilmente se desfaz,
na ilusão...
dificilmente perde-se na multidão,
qualquer seja a condição.
Qualquer seja o respirar arfante,
que toma de rompante a emoção...

É o amor,
SIMPLESMENTE ISSO.
Sem resquícios.
Sem programados indícios.
É o amor,
SIMPLESMENTE ISSO.
Na grandeza e pureza,
nas quais toma corpo
o seu SONHADO INÍCIO...

josemir (ao longo...)

ficar por aqui mesmo...


O muro branco,
separa-me
do que penso ser,
outro mundo.
Intransponível,
ele vai e vem,
em átimos de segundo...
opto por ficar
nesse mundo mesmo,
nessa letargia de cada dia...
nesse viver a esmo.

josemir (ao longo...)

intensidade do teu corpo...


Que sabes da intensidade e do fascinio do teu corpo,
quando te inseres em chamas?
Gritas e clamas...
desejas e inflamas?

josemir (ao longo...)

eis que agora aflita, aguarda..



Enquanto nada entendes
de onde passas,
cala...
acalanta em silêncio
teus sismos,
e recruzas
tuas tendenciais
procuras...
as juras,
agora se esmaecem..
chegaste ao intimo
de ti,
eis que agora aflita,
aguarda-te...
és o teu próprio
segredo...

josemir (ao longo...)

domingo, 18 de abril de 2010

é que não me sinto bem...


Não...
não quero chorar
por nada...
por qualquer pretexto,
inseridos em indefinidos
contextos.

Por favor,
se respostas não tens,
cala-te...
não consigo inserir-me
no vai e vem,
dos pontos,
que prodigalizam-se,
futuros.

Se por acaso,
- não havendo descaso -
indagarem de mim,
faças com que
os inquisidores,
foquem um determinado fim.
É que não me sinto bem,
em ter que recolher
vinténs,
que talvez,
se somados,
ajudem-me a sustentar
meus sonhos...

josemir (ao longo...)