quarta-feira, 28 de abril de 2010

seria muito?



Um olhar aprisionado,
talvez nem queira tanto...
Ele meio que perdido, esmaecido, pálido,
busca a visagem, que veste o encanto,
apenas isso...
um sinal, um indício...

Uma breve imagem,
que o faça em alma,
lançar-se numa viagem...
Algo que não se fizesse tempestade.
Uma guarida, uma estiagem.

Seria muito?

josemir (ao longo...)

sente?



O que ressona de forma livre,
no toque, no buscar de uma essência,
que inda hoje vive
sem ser compreendida,
é algo que transcende qualquer mero conceito
sobre a vida.

Uma batida, um rítmo,
uma inebriante visagem,
que cria asas...
voa além das coisas e causas.
Abriga, embriaga, enaltece e tece,
uma real história,
que quiseram transformar em "lenda"...
Uma energia, que reforça a cinestesia,
e permite-nos seres viventes
experimentar dessa gente,
o verdadeiro valorar do que se fez sublime e crescente...

Quem não crê
mesmo que force, jamais esquecerá.
O rito se agrega, impregna...
Quem crê e tem olhos de ver,
por certo rodará.
Um bailar atípico,
próprio dos que estão acostumados a guerrear.

Um grito que já escancara,
e coisa rara já não carrega nada de místico.
Simplesmente aflora.
Já saiu do que que se propalava metafísico.
Já se faz tangenciável.
Inolvidável...

Pousa o batuque...
O próprio tempo relaxa,
a alma não resiste...

Sente?

josemir (aolongo...)

sem explicações...

Um boom!!!
Algo extremamente
estranho...
esdrúxulo....
tacanho...

um ressonar forte
de algo que de nós se acerca,
abruptamente.

Ainda não sei
o que de mim se apoderou.
Plasmou-se, materializou-se,
uma sensação,
não coerente.
Algo me levou
de encontro as pedras...
somente senti-me
desgarrado.
Desprotegido.
Feito um artefato inserido,
jamais gerado.
Mas veio...
de que vertente?
Não sei...
só sei que veio.

josemir (aolongo...)

duras...

Muitos corações duros...
triste futuro.
Muitas marcas, que ficam.
são nódoas.
Palavras secas e áridas,
quais letras falhas
invadem faces pálidas,
cumpre-se a vingança...
daí,
adeus remembranças.
Não existe mente,
que carregue contente,
rusgas e cizalhas...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

caso eu mereça...

De nada me adianta verbalizar o que sinto em meu peito…
O susto, o suspiro, o arrepio, todas essas sensações são por demais semelhantes.
A saudade, a dor, a ânsia, todo esse mesclar de parecenças,
somente contribui para que o meu ego, cada vez mais e mais se entranhe e se oculte.
De nada me adianta no auge da falta, falar sobre o que eu sinto.
Não posso mensurar ou valorar o que em mim efervesce e machuca.
Portanto, de nada adiantará emaranhar-me em teias de lembranças,
pois elas somente existem no meu consciente e são etéreas, inatingíveis.
O silêncio e somente ele, trará pra mim a remissão, caso eu mereça.
O vento me diz que dificil será que isso aconteça...

por isso arrisco...

Não busco,
num pensar brusco,
fazer-me dono de quaisquer verdades,
não me interessa essa honraria.
Sabe,
já nem sequer me iludo
e já não creio que meu pensar seja tão imenso,
quanto o voar do Ser Livre…
fizeram-me desacreditar nisso…
só sei que procuro por mim nos minimos detalhes,
não me interessa viver sem de fato saber-me.
Por isso a cada instante, arrisco.

josemir (ao longo…)

busco..

Ainda busco no calar das noites
e no movimento dos dias, verdades…
a sutileza das frases soltas,
quelas que passeiam pelo ar que respiro
como fossem sinais etéreos,
ue crescem a medida em que me fortaleço…
são trasgos de querencia pura…
nocentes juras…
o que realmente faz a diferença e se eterniza…

josemir (ao longo…)

nós...


Enquanto miro-te, viajo.
Sabe aquele bailar de folhas outonais?
Pois é… assim me sinto.
Valoro o amor e puramente ajo,
embora os seres inseridos em ais
ababelados, invejosos, insistam em optar pelo absinto.

Enquanto a música se faz pura em nós,
desfaço os meus nós
e me entrego a ti, absolutamente liberto,
forma valorada, senso desperto.

Dou ao mundo a oportunidade
de visualizar tua silhueta,
através da janela entreaberta de nossos sonhos,
permitindo até que ele em ti se inspire
para que em trasgos e átimos risonhos,
possa também bailar ao som dessa canção.
onde versos e rimas,
afloram-se, num misto de desejo e emoção.

Busco-me, buscando-te.
Embora a distância às vezes me devore,
nada existe que desarvore
o que se fez eterno, indestrutível,
e que reside em nós de forma leve,
absolutamente sólida e crível.

Daqui a pouco, encontrar-se-ão sedentos,
os nossos corpos…
daí, fecharemos as janelas,
por certo iremos conceber canções mais belas,
amando-nos modo infinito.

Do jeito em que há milênios já se postava,
cabalmente escrito.
Eu, tu, as canções, as carícias, enfim,
tudo o que em magia plena e pura,
habita e faz-se hoje em nós, circunscrito…

josemir (ao longo…)

despertar...

Ruim navegar num mar,
onde a bruma faz-se empecilho.
Muito ruim saber que o tempo não pára,
enquanto vida houver.
Bom seria poder cerrar os olhos e somente após mil anos,
despertar…

tolo...

Versos… quem os lê?
Poesias… quem nelas se aprofunda?
Sonho viver alado, num espaço onde alumbrado,
eu possa sentir que versos e rimas,
tomem de roldão as atenções.
Tolo esse meu sonho.

josemir (ao longo...)

domingo, 25 de abril de 2010

se me observares..

Se me observares verás
que temo, porém não tremo...
quiçá,
queira dizer que o a esmo,
talvez tenha sido uma forma,
de poder eternizar
meus bem-quereres, maus-quereres...

Mas se te aprofundares
quando os meus olhos, observares,
verás que meus olhares
são ansiosos por perceber
a diferença entre simplesmente notar
e realmente ver.

Pode ser também,
que me observes e não vejas ninguém...
é que eu tenho uma extrínseca mania
de mesclar-me ao incolor...
de viajar pelos extremos, sem desejar ser alguém...

josemir (ao longo...)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

melhor preservarmos as nossa melhores palavras...



Confiar...
inconcebível, não crível.
Assim agir,
é perder-se a nortear por caminhos sem lastros.
E entregar-se sem pensar a seres improbos.

Pessoas são racionais.
Mas não deixam de ser pessoas!

Os impropérios de suas vontades,
somente têm valia pra elas.
A descompostura de colocar suas verdades
mesmo sabendo,
que estão destruindo,
obstruindo, um outro alguém
que sobrevive em fase de sentimento terminal,
é o que menos lhes pesa...
o que menos lhes faz mal...

Melhor guardar o que temos de puro.
Melhor preservarmos as nossas melhores palavras.
Melhor que sorrateiramente observemos
quem de fato absorve, de forma ablegada,
o que se faz de sonhos espúrios e rasos,
a navegar pelos imensos mares da mentira...

josemir (ao longo...)

vida pra alguns é isso...



A vida?
Ora,
viver é mesmo assim...
somos achincalhados, usados.
Extremos...
incríveis e radicais extremos.
O que temos?
Uma leve idéia,
do que pretensamente,
supomos
significar caráter...

Um jogo...
um testar-se.
Um lançar
forma covarde,
quem não merece,
ao fogo,
pra resguardada em outros braços,
vê-lo queimar.

Pobre de quem,
acredita na sinceridade
oriunda de outros dizeres.
No hoje,
os quereres e suas vontades,
são nada mais, que hediondos prazeres,
de mostrar poder.
É o escolher alguém, que supomos forte,
julgando-se feliz
ao vê-lo sofrer...

A vida?
Ora...
viver é mesmo assim.
Um engodo sem fim.
Uma imensa vontade de se auto-afirmar,
com o respaldo de ver
até onde, somos capazes
de fazer alguém de dor,
esmaecer...
é um mero tripudiar,um jogo...
joga-se uma criatura ao fogo,
e com outra,
paixão revolta, solta,
sai-se sorrindo,
pra um suculento jantar...

josemir (ao longo...)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

como errei...

Despertei expurgado,
e num suspirar desmedido
viajei em imenso fulgor,
presumindo ter encontrado,
o genuíno amor.

Ergui-me, corpo levitante,
senso inviolável,
e do âmago louvável
dos meus intimos instantes,
o suspirar busquei.

Fui profundo,
tão profundo,
que me machuquei...
como errei.

josemir (ao longo...)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

a teia dos homens...

Em mim, esperanças... ainda.
No Todo, esperanças... ainda.
Essas questiúnculas várias, advém do marasmo esquálido,
que se esparge pela teia...
não, não a das aranhas,
mas a dos homens improbos.

não culpo ninguém.



Não...
não culpo ninguém,
se vivo nos extremos
e bem aquém,
de sons, sorrisos...
não me cabe
culpar ninguém...

Entre as estrelas,
e a areia.
Entre marés,
e sereias.
De nada me abstenho...
apenas sinto
pulsante,
o que me mantém vivo,
num ritmo passivo...

Nada culpo...
com exceção, da percepção,
de entrever-me,
inserido numa imensa saudade,
que ainda
timidamente eclode,
no que costumam
definir coração...

josemir (ao longo...)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sonhado início...


Os fluídos plasmam-se...
não viajam somente pelos desejos da carne
as sementes, que far-se-ão proliferar.
Murmurares, sussurros, que engasgam-se.
Febre terçã, que apodera-se dos poros e arde.
Reações da alma, quando realmente se dá.

Não, não são simplesmente corpos nus.
São mais que dizeres ou vão quereres,
são sentimento expostos e crus...
no sentido do Todo.
A razão que se expõe tomada pela emoção
e cala a voz, inspira a singela canção.
Rasgos e trasgos de coloridas nuances,
que se alojam no cerne do coração.

Não existe aí, nesse momento,
o efemero deslumbramento
pelas linhas curvílineas perfeitas de um corpo.
Tampouco faz-se contundente,
somente a beleza do rosto.

Existe o MUITO MAIS,
aquela força, que viaja alhures,
em meio aos momentos de PAZ,
pois que amor, que se faz
através d'alma,
dificilmente se desfaz,
na ilusão...
dificilmente perde-se na multidão,
qualquer seja a condição.
Qualquer seja o respirar arfante,
que toma de rompante a emoção...

É o amor,
SIMPLESMENTE ISSO.
Sem resquícios.
Sem programados indícios.
É o amor,
SIMPLESMENTE ISSO.
Na grandeza e pureza,
nas quais toma corpo
o seu SONHADO INÍCIO...

josemir (ao longo...)

ficar por aqui mesmo...


O muro branco,
separa-me
do que penso ser,
outro mundo.
Intransponível,
ele vai e vem,
em átimos de segundo...
opto por ficar
nesse mundo mesmo,
nessa letargia de cada dia...
nesse viver a esmo.

josemir (ao longo...)

intensidade do teu corpo...


Que sabes da intensidade e do fascinio do teu corpo,
quando te inseres em chamas?
Gritas e clamas...
desejas e inflamas?

josemir (ao longo...)

eis que agora aflita, aguarda..



Enquanto nada entendes
de onde passas,
cala...
acalanta em silêncio
teus sismos,
e recruzas
tuas tendenciais
procuras...
as juras,
agora se esmaecem..
chegaste ao intimo
de ti,
eis que agora aflita,
aguarda-te...
és o teu próprio
segredo...

josemir (ao longo...)

domingo, 18 de abril de 2010

é que não me sinto bem...


Não...
não quero chorar
por nada...
por qualquer pretexto,
inseridos em indefinidos
contextos.

Por favor,
se respostas não tens,
cala-te...
não consigo inserir-me
no vai e vem,
dos pontos,
que prodigalizam-se,
futuros.

Se por acaso,
- não havendo descaso -
indagarem de mim,
faças com que
os inquisidores,
foquem um determinado fim.
É que não me sinto bem,
em ter que recolher
vinténs,
que talvez,
se somados,
ajudem-me a sustentar
meus sonhos...

josemir (ao longo...)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

e agora,por onde o sol vai entrar....



As visões não se concebiam, eram estranhas.
Sentia que retidas em minhas entranhas,
inda habitavam as lembranças,
do dia, em que em mim, noite se fez...
não havia sequer um átimo de fresta manifesta.
O que em realidade passeava em minha mente,
era a sombra do não, apoiada quando muito, num talvez...
e eu, sorumbático, apático, vivia a me questionar:
\" E agora,
por onde o sol vai entrar?\"

Rolei noites infindas pela cama, como se ela fosse meu castigo.
Parece que fiz-me, por momentos, meu próprio inimigo,
e deixei-me levar por águas em cujas corredeiras
o que havia de aberto, era em realidade miragens de um deserto,
onde o que se fazia impuro, assumia-se...
e eu totalmente inerte, estático, vivia a me cobrar:
\" E agora,
por onde o sol vai entrar?\"

Encontrei-te, brilho se fez.
Amei-te com tanta força,
que a dúvida, o talvez,
perderam a força, tornaram-se esquálidos,
perderam de vez a tez.
Fiz-me válido, à medida, em que tu crescias em mim.,
Vi que longe, bem longe estava o fim.
E cantei, bailei contigo,
recuperando meu abrigo.
Agora já redirecionado em meus sentidos
deixei banidos os sentimentos doridos
e sorridente, feito um pássaro, que voa em tardes quentes,
totalmente consciente,
ofereci minha face ao que se faz cintilar...
agora, liberto do deserto,
por onde por um tempo me perdi,
consigo sentir a luz refletindo em meu rosto,
com tua suave mão por meu corpo todo passear...
já não mais me indago, nem me questiono a chorar
Agora em teu colo,
eu já sinto, braços abertos, pelas janelas escancaradas,
que o sol voltou pra alimentar esse amor,
e de forma total e fremente
já faz-se em meu ser entrar...
já não brigo com vultos.
de cores voltaram a vestir-se meus almejos.
E minha alma/corpo giram, num feliz bailar...
minha casa interna, voltou a clarear

josemir (ao longo...)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Quer saber? Nem liguei...

Até tentaram
me intimidar...
escracharam meu jeito de ser.
Censuraram-me,
por de peito aberto,
eu afirmar me
saber.
E nem liguei...

Simplesmente
deixei de ser pingente,
ou um algo
intransigente,
que só fazia
destruir-me...
hoje eu entendo
o porquê das veleidades.

Quer saber?
msmo sabendo
do que sei,
ao findar a conversa
parti célere...
nem liguei...

josemir (ao longo...)

dormindo sobre o mundo...



Adormeço sobre o mundo, e enquanto penso,
sei que é imensa a minha paz, me faço alma...
e enquanto a visagem se faz, lanço-me intenso,
tenho a impressão, que me visto de calma,
e atrás, a suntuosa magia do mar,
diz que eu já posso vibrar, pois tuas garras de mim,
longe estão...

E então sorrio pra solidão, e livre canto.
E ela que sempre austera e severa, me abarca.
E em mim um nó se irrompe, eu me espanto.
Já não corre por entre meus nós, qualquer marca.

E puro, sorrio calado sem acreditar,
que eu pudesse um dia,
de forma solta, sobre o mundo deitar,
fazendo-me sonho inserido à acalmia...

Estou desperto, olhos fechados, estou liberto...
e o deserto, que ante era branco, verdejou.
E sorrio suave, por estar onde estou,
e o tempo podia até solene parar,
pra que eu pudesse em silencio ficar,
inserido no almejo, de jamais acordar...

josemir (ao longo...)

urge que eu esteja por inteiro...

Até parece que o sonho se oferece a bel prazer...
sonhar carece de perceber, ver e crer.
No extremo entranhado da minha mente,
talvez obscurecidamente, eu possa incoerente nem pensar.
É que meus passos apressados, chafurdados a um solo,
que se faz arraigado de reminiscências duvidosas,
podem denegrir - forma dolorosa -, meu sagrado direito de caminhar
e tentar plasmar o que de belo penso, o que em mim se faz intenso.
Almejar o sonho, é definitivamente,
o que mais meu coração pede e sente,
é do que mais ele se ressente, quando os nós de meu ego, vacilam...
Mas preciso não estar abreviado,
urge que eu esteja por inteiro,
presente feito vento e brisa
em meu universo, às vezes árido, às vezes pálido.
O sonhar é regido por notas musicais de encantamento,
e principalmente merecimento.

Já não me admito preso a meus maus
quereres, esqueceres e desmazelos...
já não me apetece,
mergulhar-me em pesadelos.

josemir (aolongo...)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

no mirante, estar sempre...


As visagens...
viagens,
onde o todo
se mescla...
o segredo
do cime.
O que nos cerca
e abrangente,
faz da gente,
ser movente...

Daqui,
o acolá
se faz imenso.
Pensamento,
que no momento
reflete o olhar
a se lançar
ao que se junta,
e entende:
o que nos sobra,
ao mesmo tempo,
é o que o vento
nos cobra...

Por isso,
sempre é bom
num mirante,
estar.
Por isso,
eternamente caberá
a gente ter
que saber:
o que temos de crédito...
o que temos a dever...

josemir (ao longo...)

segura, suave e ilesa...



Cooptar a essência dos bons fluídos...
me levem sonhos coloridos!

Abarcada pelo explicito.
Inspirada pelo tácito.
Porém atrelada à fixidez,
que se atém a densidão,
me concede como fiança
a frondosa segurança,
de manter-me ilesa...
mesmo em meio a amplidão.
Mesmo inserida em contínua
rebentação.

josemir (ao longo...)

terça-feira, 13 de abril de 2010

quiçá...

De quando em vez,
insiro-me ao talvez...
fujo da afirmativa,
recuo ante a negativa,
e deixo que o fluxo
inseridos em meus sentidos,
orientem minha alma,
e quem sabe,
quiçá o meu corpo.

existência da dor...

O degrau, o desvio...
a queda, o baque,
final de desafio.

O vento não cessa
o seu movimento.
O ar acizalhado,
o rosto encardido,
penetra contorcido
na pele,
de quem insere-se
no algor.
Início de algo,
propício à existencia
da dor...

dificil fazer-se crer...

Deveras difícil arrancar do coração, a primazia de se fazer crer.
A densidade exacerbada dos momentos escuros, são quais como o esconder atrás de imensos muros, não nos iluminamos e sequer a luz se interessa em nós, fazer-se refletir.
A consistência da verdade é qual pedra preciosa, brilha, encanta, inebria, mas muito difícil de ser realmente sentida, conhecida e acreditada.

josemir (ao longo...)

quero a paz...

Não quero a herança dita rica,
dos sóis, que somente queimam...
não, não quero espelhos, que teimam,
em refletir minha imagem finita.

Nem quero olhar para o nada,
sabedor que além,
existem novas vidas.
Nada de leis distorcidas
e muito menos normas viciadas,
que favorecem criaturas,
que de forma impura
fazem-se prepotentemente,
donas de uma verdade incoerente.

Quero a paz...
não importa onde esteja.
Quero a paz...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

um alguém que não se esconde...

Minha esquina, minha sina,
paro...
começo a pensar...
bem pra longe viajam meus pensamentos.
São arredios...
as vezes frios...
mas são meus.

Ablaqueio-me...
gosto de liberdade.
Sem ser só.

Saio de mãos com a lua,
todos me olham nas ruas...
eu pouco me importo....
sou agora um alguém,
que não se esconde.
Um alguém, que sabe de onde,
vem e nasce o coração.

josemir (aolongo...)

chega ou basta...

Que os raios partam os corpos tortos, daqueles que fazem-se do achincalhar de personalidades...
Não me apraz sair a procura de paz, numa imensa praça, onde até a argamassa faz-se fogo.
Não existe solidão, quando cabeças hediondas e malucas, fazem-se eternamente "caducas" e evasivas, dão-se ao direito de cuspir sobre os escritos de libertadoras poesias, de contundentes e mais que evidentes textos.
Aprender a viver não é "direito" algum, mas obrigação de todos, principalmente aqueles que se fazem embuçados de artistas, e põem-se a declamar dizeres isentos de quaisquer características, que elevem e enlevem, aqueles que os escuta.
Sinto-me cansado... mais que isso, sinto-me amargurado, por constatar que sóis, luas e astros, ainda continuam deixando em nossas vidas, rastros e lastros, e um bando de seres estranhos, formam rebanhos, que se alimentam de futilidades.
Por isso quando vemos valorados os extremos egoístas e fatidicamente letais, somos levados a a acreditar que muitos estão sendo vítimas fatais de violentos e nojentos animais.

josemir (ao longo...)

com licença, por favor, eu quero sair...

Escrever a deus dará, usando rimas pobres e mesmas... isso arde, traz alarde, e tira o sono, pois é mais profano, insano. Poesias comuns, lidas pra dois, tres, aplaudidas por cem, sabe lá quem. Poesias feitas e colocadas no bolso, e somente libertas após aprouvo de algum "chefete", que por certo oferecerá alguma "merreca" a mais no salário de cada mes.
Os malucos poetas, fantasiados de falsos profetas, cada vez mais infestam o meio artistico, não aquele meio vivente, porém lítico, mas aquele meio onde a intensidade do que se escreve, é proporcional ao ato de tirar o rabo da reta.
Poesia moderna?
Poesia concreta, concepta?
Qual o quê, covarde não escreve, rabisca e nem pisca, pois não se arrisca e muda de idéia, que nem o vento, quando se embriaga. E ainda têm coragem de assumirem-se poetas, com a cara mais "babaca" do universo, mostrando com "orgulho" as rimas grossas e aqueles idiotizados versos, que enodoam páginas e rasgam a verve alva e altiva do que se define e concebe-se poesia.
Poeta, que se fêz para formar opinião e alimentar o coração do povo puro de amor e lucidez, além de ter que ter noção, não pode barganhar sua personalidade, por parcos e miseros favores, advindos daqueles, que constróem os castelos de horrores, onde aprisionam os sonhos do povo.
Eu paro por aqui... meu velho coração já não suporta entrar por essa porta, que vai dar no limiar do que se faz ultrajantemente corruptível.

josemir (aolongo...)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

arcabouços


Quando olho para os limites de minhas próprias caminhadas, definhado e repleto de nada, costumo dar a mim mesmo, o prêmio de ter corrido muito e a êsmo...
Hoje meu conceito sobre vida varia de forma tonta, perplexa, complexa.
Continuo absconso, a transportar sonhos e fantasias, dia-a-dia.
Não tive às mãos o que sempre quis, e ao tê-la, percebi que era uma essência intensa, que de maneira indômita, fugiu por entre meus dedos... tenho certeza, que ela não suportou meus parcos segredos, tampouco meus mais mesquinhos medos.
Mas como diz Chico Buarque, eu continuo levando a carteira de identidade, e o pior faço-me a própria, um registro, um retrato, apenas isso, um algo lítico, que não reflete quaisquer vontades e atos.
Nos escondidos becos pelos quais passei, procurando buscar nas alcovas tudo aquilo que eu pressupunha não saber, pude perceber que me fiz proporcional à insonsa capacidade de sofrer, tornei-me dele um parente de aparente sorriso, falso e cabalmente descrente... uma linha direta com o não perceber, com o descrer, enfim, busquei da caminhada o início, e acabei totalmente distante da metade do percurso, e não trago em mente sequer um detalhe qualquer, que me convença ter estado próximo de qualquer ponto dourado, perspontado, bem delineado, que apontasse para um objetivo alcançado.
Acabei alimentando-me do breu de meus próprios calabouços, fiz-me arcabouços do que pretendia construir...

josemir (aolongo...)

arestas de futilidades...



Se espalha o som de um canto,
que falha,
parcelas...
perdido não estou.

Minha lucidez não advém dos olhares das janelas...
ela vem de mim,
ela forma-se austera
feito o rugir de uma fera,
quando ataca ou se defende...

ler não se faz inserir num sentido parco e indefinido,
escrever descrevendo meu estágio de vida,
é algo além do que a maioria possa pressupor
entender, com hipócrita facilidade...
como se meus pensares,
fossem arestas de futilidades...

josemir (aolongo...)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

por onde andei...

A luz opaca rebrilha feito almenara... minha trilha se faz multifacetada,
e minha caminhada suicida, absorta, macerada, divide-me em parcelas isoladas;
O tempo exorta-me a dar as mãos ao destino,
e sair por aí, pelas entranhas dos meus segredos,
ocultos, espraiados em breu.
Caminhando pela rua, que me viu nascer, notei as cores inseridas em dores,
com lampejos de ardores.
Fumei meu primeiro cigarro...
o bar repleto, colorido, parece querer-me lá,
e me fascina, fazendo com que minha rota, minha sina,
repentinamente se atrelem um outro percurso... como bebi.
Remembranças açoitaram meus almejos, aprisionando a lua,
que eu havia prometido a ti....
Como abjugar essa dama cintilante da noite?
Voei em adejos irregulares, feito os pensamentos que habitam minha mente,
e nessa viagem dei-me de todo, lembrei-me de ti.
Deixa pra lá... deixa estar...
quero ziguezaguear tropegamente, pelos céus que construi.
Quero pousar em algum porto,
manso cais, e sem mirar o atrás, navegar pelos olhos das águas azuis,
que me atraem.
Sinto que já se faz madrugada,
os astros já se vestem opacos, e meus rastros fundos,
por certo definirão os mundos, pelos quais passei...

josemir (ao longo...)

somente escurecer....

Ainda inseguro agarro-me aos estames,
que mantém ainda, uma estreita relação com a vida.
A visagem turva, não invalida ainda a graça
de poder abrigar em meus olhos, a visão.
Se eu for me arrastar pelas remembranças desvalidas de minha vida,
que hoje sequer ressona, preferível manter-me esquecido, sem memórias...
Quando criança, lembro-me bem, eu poderia interferir em minha vida...
eram muitas as alternativas.
Hoje, inconcluso, sequer quero questionar atritos...
não vivo deles, mas posso fenecer-me,
se nesse breu eu me perder e achar
que é absolutamente normal, o ato de somente escurecer...

josemir (ao longo...)

não tendo nada a declarar, retomarei minha viagem...

Talvez eu seja uma esperança plasmada, que se perdeu no destempero de uma estrada de rumo indefinido... mesmo assim, acredito no que faço, pois quando insiro-me nas entranhas de meus recônditos mais profundos, sinto que trago algo novo, uma meta conquistada.
Nessa labuta, longe estou de estar só.
Agradeço aos amigos, aqueles que pensam de forma irmã e similar, jamais pra me agradar, mas pela inquieta perseverança de também redesenhar, redescobrir.
Jamais poderia compor minhas músicas, não fossem os motivos vivos e ativos, que impulsionam minha inspiração.
Jamais poderia realizar um átimo de um ínfimo projeto, se ao meu lado eu não sentisse o calor de outras mãos, poucas deveras, porém gritantemente sinceras.
Ao ouvir os cantares reafirmo toda uma trajetória... não somos nada mais, que imperfeitos instrumentos insistentes. Nós, nossa voz, nossas poesias, o palco, o publico, o autentico show da vida, que se traduz e ganha força, no que se amalgama, forma coletiva.
O meu jeito de ser é um imenso mesclar de costumes e aprendizados.
Não tendo nada mais a declarar, recolho-me.
Vou aguardar desperto na madrugada, que o nascer do dia traga meus iguais, os que realmente me incitam a lutar... me convencem a retomar e redescobrir o que a prior, faz-me saber-me de cor o viajor que sou, o andarilho cantador que jamais poderá parar...

josemir (ao longo...)