segunda-feira, 31 de maio de 2010

algo de bom...


Seria talvez uma promessa...
um sonho,
que com pressa
fêz-se risonho,
e partiu...

Pode ter sido
um abrupto regalo...
um átimo,
um estalo.

Talvez uma imperceptível
sensação
do que se faz
tangível,
quando o querer
se plasma.
Somente sei,
que pelo brilhar das faces,
algo de bom, se fêz...

josemir (ao longo...)

só não me considero festa...


Sombras...
serão o peso das adversidades?
Minha face enrugada,
pinta um quadro esquálido
do que me amedronta, me aguarda...
Meu olhar mantém-se fixo.
Não consigo ver-me sombra.
Não me admito escombro.
Não me admito lixo.
Sou ainda,
uma paralela...
meneio lado a lado
às minhas ainda lúcidas idéias,
e confesso-me
muito mais vértice,
que aresta.
Só não me considero festa...

josemir (ao longo...)

sábado, 22 de maio de 2010

faces diferentes, verdades iguais...


Faces, frases, fases...
histórias.
O elucidar de diferenças tão iguais.
Mesmas propostas, mesmas necessidades expostas,
enfim, mesmo mundo, mesmas metas,
qual seja, a de não fenecer jamais.

Traçar outro roteiro, faz-se algo traiçoeiro,
que nada adicionará, ao que se expressa em solo.
Ao que se fez formar por inteiro.

Faces, frases, fases,
e o tempo.
Iguais detalhes, mesmos bens, mesmos males...
mesmo sibilar de ventos, mentes sãs.
O reforçar do viver no hoje.
O esperar frenético pelos amanhãs.

josemir (ao longo...)

ansioso por saber o que é realmente estar liberto...


Entre minhas pretensas loucuras,
existe o pretender estabelecer a soltura
de meus próprios pensamentos.
Em realmente sentir-me por definição,
liberto e solto, sem arestas, esboços, grades.

Abrem-se janelas e eu me encanto por elas,
mas permanecem ajustadas as barras de ferro
que me impedem o sair, usufruir e sentir
o direito de poder transpô-las,
envolto em postura realmente distante delas.

Estar ou não liberto, não é uma questão qualquer.
Digo qualquer, no sentido de ser facilmente exposto.
No todo, um sorriso interesseiro, torna um sequer,
numa certeza posta, pra todos os gostos.
Creio piamente, que os jardins de minha mente,
estão ávidos ainda à procura de uma libertadora semente.

Algo que explique, que estabeleça, que realmente defina,
onde vai dar minha sina, nesse mundo de homens vendidos.
Até onde sou usado como uma mera inserção num fato.
Uma confirmação de que sou um ser liberto, no sentido lato.

josemir (ao longo...)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

mistérios existem...


Mistérios são fluídos,
volitante, são etéreos...
existem.

Romper caminhos árduos e distantes
não faz parte dos arfantes intantes,
dos que em mente adormecem...

O enfrentar os nossos cursos por vêzes
intruncados, recortados, faz-se árduo desafio...
o medrar traz o não crível,
faz-nos acuados, arredios, faz-nos mergulhados no frio.
Partidas são reações ainda difíceis de decodificar.
Erros indiretos, o calor dos pés descalços no concreto,
traz-nos de modo indireto,
uma descoberta, um reverter do complexo...

Mistérios existem, e quem não os explora?
O exacerbar-se e inserir-se neles, por vezes,
extraem-nos a noção do agora...

josemir (ao longo...)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

preciso compor...


Preciso compor...
sinto a falta do canto,
da sincronia
entre harmonia e encanto.
Preciso compor,
mostrar-me ao Universo
não como algo implantado
num tosco reverso,
mas sim com o pensar abluído
daqueles que levitam,
quando fazem das canções
sua fenícula,
seu quintessenciado sentido.

Compor sim, modo simples,
que é pra curar as feridas,
que nessa e outras existencias
serão o somatório de minha eterna vida.
Será a mostra viva de minha essencia.

Preciso sentar-me ao lado do silêncio,
conversar profundamente com o vento,
dedilhar as cordas de um violão,
que já desafia o tempo,
e deixar-me levar, fazer-me pluma,
que liberta, passeia e desliza,
a espera da brisa,
que por certo, modo aberto,
virá inspirar música e letra...

josemir (ao longo...)

apenas um divagar demente...


Declarações gritantes,
de sentimentos exacerbados
nada mais são,
que inconsistentes mensagens
nascedouras no inconsciente,
rotundo, profundo,
dos que não se assumem,
por falta de ousadia, e coragem...

São espocares, que traduzem
o claustro da covardia,
nada poético, presente
em vidas conturbadas,
abstrusas, mal resolvidas...
sem destino ou sina, falas perdidas,
num navegar inconsitente...
apenas um divagar demente,
absolutamente inconsistente...


josemir (ao longo...)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

por qualquer um...


O amor transcente,
porém não transgride.
O amor não habita,
quem agride.
Meu coração, faz-se decepção,
quando usam tão belo sentimento,
para criar fomentos
de atormentados elementos,
indicativos de dor...
O amor não ataca.
Não ofende, não mata.
O amor liberta,
preenche qualquer lacuna deserta.
O amor invade nossos sentidos,
um a um...
o amor realmente, infelizmente,
não é pra ser vivido
por qualquer um...

josemir (ao longo...)

domingo, 16 de maio de 2010

retornamo-nos criaturas...


Nenhuma forma de canto,
vale tanto,
como aquela que brota
do acalanto, do encanto,
que mais que alumbrar,
liberta...

Ninguém consegue
rociar a porta leve,
que traz o alívio breve
do que se faz da verve.
Cada palavra, cada sussurro,
faz-se grito perene, solene,
nada sazonal...
Nos desígnios dos sonhos,
habitam eu, tu e todos.

Amparados pela magnificente
Onipresença do Pai,
a gente sente,
que se faz evidente
o desenho do basta...
o ferrenho ideal,
de que tudo o que nos castra
chega ao final,
em nossas almas se alastra.
Sensação Divinal.
Já nos fazemos além do mal...
retornamo-nos criaturas.

josemir (ao longo...)

terça-feira, 11 de maio de 2010

todo o cuidado é pouco...

Não se faz mérito
de qualquer um,
navegar pelas águas
da sinceridade...

Sinceridade exige conduta.
E sem a verdade,
ela inexiste em nossa personalidade.

Não se apregoa
e nem se estabelece
normas,
para o que não se vive,
e por não viver,
não se conhece.

Ao darmos corda
para nossos pensamentos soltos,
é necessário,
que estejamos imersos
em momentos claros,
de sabermo-nos capazes
de principalmente viver,
de forma integral,
o que estamos afirmando
saber.

josemir (ao longo...)

sábado, 8 de maio de 2010

quando penso em ti, descrevo-me...

Nos colóquios, ou escárnios improfícuos.
Nos momentos,
nos quais o precipício,
faz-se mais que resquício
e as partes envolvidas,
recusam o armistício,
o anúncio pragmático,
do que sequer rocia o prático,
faz-me ao me descrever
pensar em ti,
fazendo-te em mim crescer...
Seriam talvez,
respingos d'ouro?
Seriam ademais,
prenúncios, agouros?
Não...
pois quando me eternizo,
- momentos altivolitantes -
onde inserido no que escrevo
fielmente descrevo,
-feito o fiel e digno querer -
o que em mim faz-se total:
tua linda silhueta, eterno renascer...
E mesmo que à esmo,
as vezes caminhemos
movidos por rompantes egoistas
quaisquer,
eu sem qualquer relutância
ou falta de fé,
faço-me em ti,
cada vez mais...
sem porquês,
absolutamente sem ais...
Como se as esquinas
das ruas repletas,
no teor de suas sinas,
fizessem-se incompletas,
totalmente vazias,
e tu, exposta em vitrines.
linda, tal qual voar de cisne,
feito diamante de trazer regalo,
calasse no que penso,
o que murmurando falo.
E eu posto no sonho,
no remanso do cime...
feito brilho de vime,
parasse o tempo no tempo,
com o intento de saber,
que quando em ti penso,
de modo claro e intenso,
feito clarejar sagrado e sem-fim,
descrevo-me inteiramente...
sem devaneios, sem entrementes.
Eu nu, descalço,
sobrepujando os percalços,
feito o que se faz, e pós-feito,
eterniza-se no sim.
Seria assim,
como se o planeta parasse,
pra te assistir,
passeando em mim...

josemir (ao longo...)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

como tantos...


Danço...
enquanto giro,
suspiros me abarcam.
Não me alcanço.
Mas com firmeza me insiro
nesse trepidar suave...
e feito ave,
sinto que do solo se espargem
um, dois, vários corpos.

A sutileza de estar e ser
habilita-me crer
que não estou sonhando.
E, por isso,
continuo dançando.
Eu quero um dia,
desgarrar-me do solo,
como tantos...

josemir (ao longo...)

me assumi brinquedo...


Preciso fugir
sem fazer alarde...
menina ainda,
ou mulher acuada.
Atrás, a onda revolta,
provoca rebentação...

Apresso meus passos,
sou criança,
ou talvez quem saiba
eu seja uma esperança,
que alguém esqueceu?

A noite não tarda...
vem aí tempestade, arraste de aluvião.

Sinto medo.
Tenho muitos segredos,
e vivi muito tempo
relegada ao degredo.
Não sei se me libertei deveras
ou se me assumi um eterno brinquedo...

josemir (ao longo...)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

nesse horizonte infindo...

Não pretendo descobrir novos mundos...
sequer ensaiar limpar o que já se faz imundo.
Quero no contexto, ao qual me insiro,
saber-me, modo explícito, bem profundo,
preciso disso... precisamos disso.

Não quero mais exaltar ou precipitar-me em meus escritos.
Não tenho a pretensão de que eles venham a se vestir inifinitos.
Simplesmente quero refletir-me na luz, não na sagrada,
ou a consagrada para as criaturas, que naturalmente cintilam...
quero simplesmente não pular etapas, mas caminhar pelas ruas,
de forma tranqüila, como caminham os sonhos pelas mentes livres.

Não pretendo abrir-me para "qualquer" alma, que nos versos,
se arvore evoluída, se faça aflorar como bendita...
quero muito, que Deus me ajude a não me perder no inconcepto,
e encontrar de forma lúcida, casas e festas, onde manifestas,
façam-se presentes, todas as respostas, não de forma implicita,
mas que me proporcionassem viver, sofrer, sorrir, crescer enfim, para sabê-las...

Por enquanto, vou aprender a valorar o que incorpora-me aos sentidos.
Saber da verdadeira intenção de dizeres e abertos sorrisos,
e na ressonância encantada dos sons de prateados guizos,
saber-me de forma bem arauta, como as estrelas, que cintilam pra todos os astros,
independente de tudo o que os cerca...
nesse horizonte infindo, limpo, ileso, leve, lindo...

josemir (ao longo...)

solidão, não é virtude pra qualquer um...


Bocas,
onde viajam
palavras fúteis,
falam sobre a solidão,
como se com ela
mantivessem estreita relação.

Solidão é virtude.
É quando o corpo,
se acode, não se ilude,
e procura curar
vicissitudes,
pra tornar-se menos
denso,
como moradia
da alma...

Solidão é branda.
Meiga, silenciosa.
Tê-la,
requer ter muito mérito.
E, como falam
em solidão,
medíocres poetas...
não por não saberem
versejar,
mas principalmente,
por não terem conduta...
por não engrandecerem
o sentimento de amor.
E amor,
é um dos parceiros diletos,
da verdadeira solidão,
pois nela o amor jamais fenece,
ele somente cresce...

josemir (ao longo...)

não se faz assim tão fácil...



O que se desata
não se faz perceptível,
somente olhos
de mirar profundo,
podem visualizar...
somente mentes,
livres,
pensamentos definidos,
conseguem mensurar.
Não no sentido
do que se faz
exeqüivel,
mas uma questão
de diferenças,
em mentalidade
e peso da alma...

A gente quando
em vez,
se engana...
principalmente o poeta,
que se arvora
em ser profeta,
e na maioria das vezes,
se perde...
erra...

Não há de ser nada.
Questões
mal resolvidas,
são passíveis de sobrevida...
Não falo
das questiúnculas,
falo do que se faz
inserido no imenso.
Por isso penso...

josemir (ao longo...)

hiatos de demência...



Quando em vez, plasmo-me e pasmo-me,
diante o que traduz em verdades, nossos átimos de segundos.
O que ontem ardia-me importante, hoje não passa de um momento desafortunado.
Um delírio... um pulo de coração preso, no breu do pesadelo ermo, que feito praga, consome...
nem sempre o que se especula, o que pulula, o que febril faz-se anunciado,
traz no intimo, sequer um resquício infimo de coisa qualquer... é pó, que vem e some.
Meu coração jamais se cansa, mas já não afiança, quaisquer lampejos moribundos.
Escrevo, luto, coloco-me em luto, quando engano-me...
Já não cabe em minha estrada vivida, dar espaços a esperanças desvalidas,
e ficar em êxtase, esperando respostas de perguntas, que descabidas,
foram explicitadas em um momento, onde a necessidade, fêz-se irracional.
Não me constrange a raiva, pois ela é passageira.
O que deixamos escapar pelos entrementes de nossas mentes,
quando nossas idéias, nossos projetos, são sementes rasteiras,
não devem ser decodificados, observados ou notados.

No ontem em mim, algo fêz-se aflorar, forma louca, impueril, acéfala,
em minhas sensações carentes e desconexas.
No hoje, aquilo que se preciptou forma incoerente,
já não faz parte de minha mente, que abstraída de rompantes, sente,
raciocina, compara, se faz clara, se veste consistente,
uma dádiva de querer e saber pensar realmente.

São ciladas e armadilhas, espalhadas pelas trilhas,
de nossas ilhas, acambarcadas pelo imenso oceano,
do quê realmente faz-se antever equilibrado, sem nódoa e engano.

Hoje desprendido da iniquidade improfícua, que por mim passeou no ontem,
refaço meu equilíbrio, observando o que se faz virar pó, e sumir.
Sinceramente, já nem me preocupo com o que eu mencionei ou disse...
devem ter sidos mediocres e insensatas tolices.
Sensações que se apoderam da gente, quando o racional nos abandona,
deixando-nos a mercê de sensações de frio ou quente, feito boneco em redoma.
É aí que descobrimo-nos capazes de inserir-nos na incompetência de nossa incapacidade,
totalmente geradas, geridas, tomadas, pelas mãos do nada,
que meneia pela estrada do que cabalmente mente, e se esvai com incrível facilidade...

josemir (ao longo...)