sábado, 25 de dezembro de 2010

sonhar seria tudo de bom...


Sonhar seria sempre o motivo de criar surrealmente,
tudo aquilo que de fantasia carrego,
quando associo fatos, imagens, e escritos.
São dons finitos,
mas marcam...

ja chorando, adormeci...

Já rociei o orbe,
onde habitam
meus duendes e reis.
Por lá, entre os reflexos doirados
dos cristais,
que enfeitam meus sonhos,
pude encontrar-me risonho,
com muitos dos meus,
que se fizeram parcelas
da brisa,
que por lá mansamente desliza...

Foi bom enquanto pude...
cantei, bailei.
Mesmo denso em casulo,
movimentei-me com a leveza do etéreo...
não vi melindres, misérias, mistérios.
Enquanto voltava,
a mágica ode silenciou...
senti-me denso novamente.
O sol,
quando à terra retornei,
fazia-se parceiro do fogo,
tamanha a intensidade do calor.

Corri,
e me alinhei
sob a sombra da amendoeira,
e já chorando de saudades,
adormeci.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

por ter sobrevivido...

Foi na incerteza dos viajares
que oscilam...
foi lá na aspereza turva dos
ditos azares,
que se transformam em brumas...
Desesperado e em passos trôpegos,
corri pelas vias do desafogo.
E somente sentia fogo, fogo...
qual num jogo,
tentei desvencilhar-me dos ditos
malditos,
que aferiam-me dores.
Não me desatei das cores
e pude manter minha visão plena de lucidez.
Morri tantas vezes,que já nem sei.
Corri às cegas pelas entranhas
cabalmente estranhas,
de corações que desconhecia.
Foi doentio, ter que aguardar só,
nova semente e novo fato,
que por certo viriam,
com o nascer do dia.
Os pássaros deram-me o primeiro sinal.
Senti-me...
Mesmo trazendo marcas da noite do ontem,
consegui refazer-me nos raios de sol,
das emanações primeiras...
e aí sentei-me sob a sombra
das arvores inteiras,
e chorei com imensa alegria,
por ter sobrevivido.

josemir (aolongo...)

um justo espaço, para os nossos momentos...



Os momentos dividem-se
no justo espaço,
que o sentimento lhes oferece.
O olhar apaixonado,
com tudo se apetece
desde que a figura do ser amado,
surja de um brilho encantado.
Seja através do barulho d'água
que nas pedras explode,
ou através dos acordes sonantes,
que compõem algo eterno,
feito leves e sonantes odes.

O olhar apaixonado,
tem motivos pra sonhar...
Os instantes se inserem
ao nosso cotidiano,
como fossem pétalas,
quando estamos felizes.
A poesia faz-se concreta,
quando deixa liberta
as nossas vontades.

Assim é a vida...
doce e colorida.
Razão do que se faz paz,
em nossos quintais,
onde a gente conversa
com o que tergiversa,
e com o que à alma,
satisfaz...
josemir (aolongo...)

domingo, 19 de dezembro de 2010

À madrugada, sentinela singela do poeta...

Os cristais fogem do vento,
fazem silêncio, cessam seu tilintar...
os pirilampos mudam o curso do vôo,
e murmuram: \"deixem o poeta, poetar\".
E em assim sendo,
nada quebrará a madrugada.

O vento não sibila.
O poeta, nos hiatos de seus vacilos,
trasvolteia, e novamente vacila.
Mas apaga as linhas plenas de bruma...
os versos fazem-se perplexos,
quando amalgamados às rimas,
constróem - através do poeta -,
sublimes poesias...
Ah, madrugada infinita.
Voas pelos domínios daquele que cria.
Não apressas o nascer do dia,
estar em ti, é trazer do todo que inebria,
o suave libertar da inpiração...
O poeta agora adormece.
Madrugada, sentinela singela,
já podes fazer as honras para o clarear,
que mansamente se anuncia...

josemir(aolongo...)

sábado, 18 de dezembro de 2010

completamente natural...

Não arquiteto ou prenuncio
poesias...
quando elas vem,
vem como os dias
de forma intensa,
inseridas em coloridos sinais...
leves, livres, soltas,
completamente naturais.

Não consigo fabricar
o que escrevo...
seria como perder-me
num trevo,
onde várias saídas
deixar-me-iam na agonia
feito a dúvida dividida,
de uma querencia diluída.

Não consigo...
sinceramente,
perder-me em entrementes,
a caminhar vacilante pelos hiatos...
trôpegos passos...
forçar de fatos.

Não nasci pra
inventar poesia.
Nem sei sinceramente,
se as faço.
Somente sei que a semente
não se esparge,em solo doente.
Por isso,
quando elas vem,
vem pela trilha normal.
De forma completamentenatural.

josemir (aolongo...)

vou além

Vou além...
dos desdéns,
dos ninguéns..
.vou empurrando
o que trava.
Sou larva.
Incandescente,
luminescente.
Chama ardente,
natural.

Vou além...
do vintém.
Do também.
Vou questionando
os mistérios.
Tento decifrar
fluídos, sonhos.
O Todo etéreo.
Presente.
O tudo, que sente.
O sentimento solto,
que liberta e faz
dançar, o corpo.

Vou além...
das reminiscências.
Das coincidências.
Das aparências.
Livremente,
deixo a corredeira
me levar pro mar.
É lá o meu lugar.

Sou às vezes
abelha,
que se espelha,
espargindoo gosto de mel.
Ou colibri,
que reflete nas
flores, as cores
que moram no céu.

Sou o que sou,sei lá...
Vou pra onde
voce me levar.
Mas vou além.
Pois tenho
como essência,
buscar o verso
que se esparge
no ar...

Sinto que
minha alma,
- assim como
a de todos -
nasceu pra rimar...

Vou além...
bem além.

josemir(aolongo...)

FÉ.



Buscar seja onde for...
saudar o que vier,
sentindo a harmonia,
que advém da fé...


Ah, Fé...
misteriosa e dogmática
força, que nos impulsiona.
Permite-nos seguir,
de forma cônscia ou errática,
rumo ao que acreditamos.
Àquilo que buscamos.
Nela, forma fluídica,
nos purificamos,
nos realizamos.

Um átimo de fé consentida
equivale a muitas estradas
percorridas...
Muitas nuances, que açambarcaram
nossas vidas,
proporcionando-nos o crescer.
Por saber.
Por sentir.
Por querer.
Por crer.

Por fé,
cabal e plenamente,
pela FÉ.


josemir (aolongo...)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

eu e meus sonhos...


Sonhos misturam-se... não têm limites.
Eles se assumem nossos,
pois definem
o que em nós existe,
é nossa missão propaga-los...
inseri-los, abrigá-los...

Tudo o que se plasma mescla-se,
nesse adorno criado pelas almas.
Todo o mal-querer desfaz-se.
Nada existe além da calma sintonia,
entre som, sonhos, nós, canto e imensa calmaria.

Adentro-me neles,
e eles de bom grado,
abrigam-me.
Eles são meus, eu sou deles,
um sentimento mais que arraigado,
onde quereres inserem-se.
Eu e meus sonhos,
somos algo infinito.
Mesmo que eu venha a partir
do que se faz solo, matéria,
eu saber-me-ei abarcado
pela presença divina e etérea,
que eles concedem-me.
Bom sê-los.

Maravilhoso,
que eles em mim,
sejam e sempre estejam.


josemir (aolongo...)

rainha que faz-se do mel...


Rainha que faz-se do mel.
Abelhas que voam ao redor,
a saber de cor o que fazer...
Rainha se põe e impõe seu encanto.
Rainha se encorpa e se faz,
a buscar mais e mais.

Mulheres que pelo poder do olhar
encantam e fascinam,
seus alumbrados súditos,
que em arfares contínuos e súbitos,
se põem aos seus pés.
Beleza que vem no viés
do curso do tempo.
No vento elas trazem o olhar,
que inebria e hipnotiza.
Criando mais vida, enlevando a brisa.



E o tempo lhes faz reverência,
pois sentem a essência,
que habita seus corpos.
E coloridas e soltas,
por certo virão viajando,
no colo das cores,
a espargir mil amores,
que habitam a primavera.



josemir (aolongo...)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A eterna luta dos negros.

As formas de resistência negra, contra a escravidão e os maus tratos, revelam-se acentuadas em todo o percurso da história de nosso País. O Jornal gaúcho Echo do Sul, num 19/02/1862, divulga que uma escrava negra suicida-se, lançando-se num poço da casa onde era escravizada, pertencente a José Vicente Thibaut, figura conhecida na sociedade branca gaúcha, por ser dono e diretor do Colégio São José, o mais renomado à época. Em verdade, essa escrava, vinha apresentando uma séries de problemas de saúde, os quais foram ocultos, quando da sua "compra". Sabendo-se doente, e obrigada a trabalhar da mesma forma e intensidade, que outros escravos, a maltratada negra, optou por suicidar-se, como forma de resistencia à opressão dos senhores brancos. Thibaut "comprou" a escrava, num leilão, com o aval do vendedor, alegando que ela jamais sido vitima de qualquer doença grave. Na declaração, sobre a saude da escrava, constava somente um panarício (inflamação em torno da unha). A negra havia sido escrava do Dr. Meneses, que obrigou-a a declarar-se sadia, utilizando-se de castigos e sovas.
Ao suicidar-se, a escrava deixou uma herança complicada para seus "amos": para Thibaud, dono do colégio um imenso prejuízo moral. E para o Dr. Menezes, o fluir de seu caráter absolutamente desonesto.
Os negros escravos exerciam uma resistencia ferrenha aos seus senhorios. Uma lenda asseverar, como a história branca, que os escravos eram passivos. Eram incontáveis os métodos de resistência utilizados, tais como: Rebeliões mudas, intrigas, abortos, banzo, preguiça, mau-olhado, suicídios, assassinatos de capitães de mato, sabotagem ao trabalho, entre outras. Os escravos, com esses métodos, desafiavam e denunciavam seus amos, como no caso da negra, que se suicidou, deixando de ser tratada como um "animal", além de denunciar que os escravos eram obrigados a mentir, quando acometidos de enfemidades agudas. Ao morrer, segundo sua cruzada guerreira, "libertou-se", deixando de ser um mero objeto.
Utilizando-se dessa resistência, os negros escravos provocavam um aumento exacerbado dos gastos com segurança, e os impostos obtidos pelos resultados produtivos, já não agradavam o Estado, com isso, a classe escravagista, acabou dividindo-se:
Uma parcela, disposta a se libertar de forma urgente, do sistema de escravidão. E a outra, mais retrógrada, manteve-se amalgamada a ela.
No Vale do Paraíba, mesmo sabendo que a forma de plantação de café, em fileiras, nas encostas dos morros era inviável, pois a água da chuva, tornava o solo, absolutamente inviável, os donos das terras, mantinham esse método. Colhia-se somente uma vez. Mas eles insistiam em plantar, pois que achavam que obrigando os negros a realizar uma mão de obra mais desumana e árdua, evitariam que eles pudessem criar meios de resistir. Os plantadores imaginavam que em assim agindo, os escravos não poderiam se unir para tramar, nem fazer corpo mole, infiltrados pelos cafeeiros a planejar fugas e sabotar o trabalho. "Que se dane o solo, o que vale é salvar a produtividade". Essa era filosofia utilizada pelos escravagistas.
Essa forma de plantio, acabou por "matar" o solo da região. As cidades antes produtivas, em sua maioria, morreram.
Os negros a partir do momento, que passaram a perceber o êxito de suas estratégias, partiram para iniciativas mais ousadas. Passaram a fugir em grupos, para as regiões urbanas, onde mesclavam-se a outros. Ficava evidente o aumento dos gastos para os senhorios e impedir o exodo dos escravos, tornava-se inviável, absolutamente impossível.
Além das fugas, e tendo conhecimento dos prejuízos dos patrões, os negros passaram a ir e vir. Passaram a fazer reinvidicações, entre as quais o findar dos castigos, a exigência de mais comida, e principalmente a não "negociação" (sua venda), sem que os acompanhassem, mulher e filhos.
Enquanto isso, os quilombos tinham a sua capacidade de sobrevivência multiplicada, pois que começavam a produzir, a ter governo próprio e a comercializar de forma livre, além de garantirem estratégias próprias, que os possibilitava sempre que necessário, enfrentar e fazer guerras, mediante situações, que objetivassem o retorno do sofrimento.
Os quilombos cada vez mais cresciam. E suas populações, a maioria passando dos cinco mil moradores - como o do Jabaquara, por exemplo, com 10 mil moradores -, faziam com o que os capitães de mato, fugissem apavorados.
A escravidão acabou. Em 1887, o exército, "vazou" fora. Honra e glória, para os que em nome da liberdade, morreram para dar vida aos seus irmãos. Para aqueles que sabotaram as tarefas, i sub-humanas. Para aqueles que conversaram, tramaram, enquanto os açoites sibilivam em suas costas.
Hoje, o negro brasileiro ainda continua exercendo várias metodologias de resistência. Direitos iguais. Acesso às Faculdades. Acesso a empregos executivos. Força de aglutinação, sob a coordenação de várias frentes, que efetivamente reforçam os direitos dos Negros. Temos o direito ao voto e politizando-nos, obviamente chegamos a conclusão de nossa grandeza quantitativa, e cada vez mais, qualitativa. Enfim, nossa lida parece ser eterna. Mas somos tinhosos.
josemir (ao longo...)

domingo, 12 de dezembro de 2010

guerreiras surgem sempre....



Guerreiras surgem sempre.
Na abrangência calada,
do que se faz perceber
pela luminosidade de uma chama,
que incandescente se inflama,
e recria, toda a sensatez de viver...Não carecem ou padecem,
de males ínfimos.
Ao contrário, crescem.

Inspiram-nos pela natureza mística.
Pela encantada e diferenciada característica,
de saberem lutar, fazer nascer, crescer,
definir e clarear a verdade do Ser.

Guerreiras surgem sempre.
Fazem-se presentes,
quando convocadas.
São anjos permanentes
a acompanhar nossas jornadas.

Guerreiras surgem sempre...