quarta-feira, 7 de abril de 2010

arcabouços


Quando olho para os limites de minhas próprias caminhadas, definhado e repleto de nada, costumo dar a mim mesmo, o prêmio de ter corrido muito e a êsmo...
Hoje meu conceito sobre vida varia de forma tonta, perplexa, complexa.
Continuo absconso, a transportar sonhos e fantasias, dia-a-dia.
Não tive às mãos o que sempre quis, e ao tê-la, percebi que era uma essência intensa, que de maneira indômita, fugiu por entre meus dedos... tenho certeza, que ela não suportou meus parcos segredos, tampouco meus mais mesquinhos medos.
Mas como diz Chico Buarque, eu continuo levando a carteira de identidade, e o pior faço-me a própria, um registro, um retrato, apenas isso, um algo lítico, que não reflete quaisquer vontades e atos.
Nos escondidos becos pelos quais passei, procurando buscar nas alcovas tudo aquilo que eu pressupunha não saber, pude perceber que me fiz proporcional à insonsa capacidade de sofrer, tornei-me dele um parente de aparente sorriso, falso e cabalmente descrente... uma linha direta com o não perceber, com o descrer, enfim, busquei da caminhada o início, e acabei totalmente distante da metade do percurso, e não trago em mente sequer um detalhe qualquer, que me convença ter estado próximo de qualquer ponto dourado, perspontado, bem delineado, que apontasse para um objetivo alcançado.
Acabei alimentando-me do breu de meus próprios calabouços, fiz-me arcabouços do que pretendia construir...

josemir (aolongo...)

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