segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

se não estiver contigo...

Uma passagem, uma visão, um claror.
Descobri-me ao descobrir a fenda do tempo.
Nem sol, nem sussurros, nem vento.
Apenas o desterrar do destemor.
A linha tênue que nos desata do transato.
A janela que faz visível, mas que pra se fazer acessível
Exige-nos, nos faz adensados, compenetrados,
Realçados não no brilho arte das telas encantadas.
Mas o brilho da vida, às vezes opaco,
pois que nossos sentidos parcos
não conseguem ainda divisá-lo no todo.
Descobri feito um adonisado cavalheiro,
que abrolhava ali,
diante meus olhos,
uma imensa fonte de buscar, um denso e intenso regalo.

Ah, passagem estreita de crível inteiro.
Fez-me voar por esse denso solo
pra sentir-te, penetrar-me, enquanto me calo.
Não!
Jamais a poderei trespassar sozinho.
Não existe caminho só de um.
Voltarei.
Talvez ainda adeje por nenhures.
Mas esperarei.
Farei com que meu livramento,
seja maior que o momento,
quando grita minha euforia.
Tens que estar aqui comigo.
Eu do outro lado do tempo,
nada serei se não estiver contigo...

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